Limpeza: demissão de número 2 da Abin é dada como certa

Atualizado em 27 de janeiro de 2024 às 11:59
Alessandro Moretti é diretor adjunto da Abin no governo Lula — Foto: reprodução

A exoneração de Alessandro Moretti, diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é dada como certa após a operação da Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (25), segundo informações do G1.

Ministros do governo Lula (PT) indicam que a situação de Moretti tornou-se insustentável, e sua demissão é vista como uma questão de tempo. No entorno do presidente, há divergências sobre a extensão das mudanças no comando da Abin.

Aliados de Lula na PF e no Ministério da Justiça, além de ministros com quem o presidente tem contato diário, apoiam a saída de Moretti e argumentam que a situação do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, também está delicada.

Estes aliados propõem mudanças mais profundas na estrutura da Abin, defendendo uma reformulação nos sistemas de inteligência do governo para melhor coordenação das informações.

Os defensores da saída de Corrêa e Moretti afirmam que a operação da PF encontrou indícios de que membros da atual gestão da Abin agiram para obstruir as investigações, com suspeitas de conluio com o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Alessandro Moretti é diretor adjunto da Abin no governo Lula — Foto: Luiz Silveira/ Agência CNJ
Alessandro Moretti — Foto: Luiz Silveira/ Agência CNJ

Outro fator que pode contribuir para a exoneração de Moretti é sua passagem pela inteligência da PF até o final do governo Bolsonaro, além de ter trabalhado com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Vale destacar que Torres foi demitido do cargo de secretário de Segurança Pública e chegou a ser preso por omissão diante dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

Já na Casa Civil, o ministro Rui Costa adota uma abordagem cautelosa, defendendo a necessidade de esperar a “baixar a temperatura” e compreender melhor a investigação da PF. Desde março de 2023, a Abin está subordinada à Casa Civil, quando foi retirada do guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

De acordo com interlocutores do governo e do PT, Rui Costa e Luiz Fernando Corrêa estreitaram relações consideravelmente desde março de 2023.

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