ONU: Agentes de Israel que se disfarçaram de médicos cometeram crime de guerra

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 22:52
Militar invadiu hospital
Militar invadiu hospital – Reprodução

Relatores da ONU expressaram preocupações sérias após militares israelenses se disfarçarem de médicos para entrar em um hospital na Cisjordânia, resultando em três mortes. O incidente levanta questões sobre possíveis crimes de guerra e a necessidade de uma investigação urgente.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (9), segundo o UOL, cinco relatores da organização destacaram a gravidade da situação, descrevendo-a como uma possível ação de “assassinatos extrajudiciais”. Eles enfatizaram a importância de uma investigação completa por parte de Israel e alertaram que, caso isso não ocorra, o Tribunal Penal Internacional em Haia pode precisar intervir.

“Depois de entrar em uma ala de reabilitação, as forças israelenses mataram a tiros Basel Ayman Al-Ghazawi, um paciente que estava sendo tratado de ferimentos graves causados por um ataque aéreo israelense há três meses, seu irmão, Muhammad Ayman Al-Ghazawi, e outro visitante, Muhammed Walid Jalamna”, disseram os relatores.

Os relatores destacaram que as mortes ocorreram em meio a um aumento preocupante de palestinos mortos por forças israelenses na Cisjordânia desde um ataque em outubro de 2023. O incidente em questão ocorreu quando membros da Agência de Segurança de Israel e policiais entraram no hospital de Ibn Sina, na cidade de Jenin, supostamente disfarçados de pessoal médico e civil.

O comunicado da ONU descreveu o incidente, no qual três palestinos foram mortos, como uma violação grave do direito à vida e das leis internacionais humanitárias. Os relatores enfatizaram que, mesmo em situações de conflito, as forças israelenses têm a obrigação de respeitar os direitos humanos e garantir a segurança dos civis.

Militar vestido de médico em hospital, montagem de duas fotos iguais
Militar israelense se vestiu de médico e invadiu hospital em Jenin – Reprodução/Twitter

“No território ocupado sob controle israelense, fora das hostilidades ativas, no máximo as forças israelenses poderiam ter o direito de prendê-los ou detê-los. Elas só poderiam usar a força se fosse estritamente necessário para evitar uma ameaça iminente à vida ou ferimentos graves. Em vez disso, Israel optou por assassiná-los, em flagrante violação de seu direito à vida”, afirmaram.

Além disso, eles destacaram a necessidade de responsabilização e justiça, pedindo uma investigação completa e transparente sobre o incidente. Eles também expressaram preocupação com a cultura de impunidade em relação a supostas violações de leis internacionais por parte de Israel.

“Ao se disfarçarem de civis e equipes médicas aparentemente inofensivas e protegidas, as forças israelenses também cometeram, prima facie, o crime de guerra de perfídia, que é proibido em todas as circunstâncias”, pontuaram os relatores.

Diante da gravidade do incidente, os relatores instaram todos os estados a cumprirem suas obrigações legais internacionais e cooperarem com as investigações em curso do Tribunal Penal Internacional.

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