Em conversa privada, Biden critica postura de Netanyahu e o chama de “imbecil”

Atualizado em 12 de fevereiro de 2024 às 13:08
Joe Biden e Benjamin Netanyahu. Foto: Michel Euler/Reuters

Segundo a NBC News, o presidente norte-americano Joe Biden está incomodado com a forma como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu conduz o conflito entre Israel e Palestina na Faixa de Gaza.

De acordo com a agência, em conversa privada com investidores de sua campanha, Biden chamou Netanyahu de “asshole” (imbecil, em português, para não dizer coisa pior).

Supostamente o presidente tentou conduzir negociações para Israel iniciar um cessar-fogo na região, mas apontou Netanyahu como o principal obstáculo, dizendo que ele está “lhe causando um inferno”.

A agência contou que as informações das conversas foram reveladas por pessoas próximas a Biden, as quais encontraram-se chocadas com a forma como ele se referiu a Netanyahu, líder que conhece há anos. O presidente mostrou preocupação com os mais de 28.000 mortos no conflito.

Israel planeja um ataque terrestre a Rafah, uma cidade no sul de Gaza, onde mais de um milhão de palestinos deslocados do norte de Gaza estão abrigados. Netanyahu prometeu prosseguir com a operação, apesar da oposição pública repetida das autoridades norte-americanas.

Bejamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Foto: Reprodução

No último domingo (11), Biden comunicou a Netanyahu em uma ligação telefônica que acredita que “uma operação militar em Rafah não deveria avançar sem um plano crível e executável” para proteger e apoiar os palestinos abrigados lá, conforme declarou a Casa Branca em um comunicado.

A maior parte da conversa de 45 minutos entre os dois líderes centrou-se na tentativa de um acordo, repetidamente adiado, entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns detidos em Gaza em troca de uma pausa nas operações militares e da libertação de prisioneiros palestinos.

Biden adotou um tom notavelmente mais firme nas últimas declarações, descrevendo o ataque militar de Israel em Gaza como “excessivo”.

O secretário de Estado, Antony Blinken, também foi contundente na semana passada, após uma reunião com Netanyahu em Israel. Ele afirmou ter dito ao primeiro-ministro que o número de civis palestinos mortos diariamente devido às operações militares de Israel “continua muito alto”.

Apesar das fortes declarações em conversas privadas, fontes familiarizadas com os comentários de Biden afirmaram que o presidente acredita que seria contraproducente para ele ser excessivamente crítico publicamente com Netanyahu.

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