Coronel da ativa ironizou risco de prisão de Mauro Cid: “Vou levar McDonald’s para você”

Atualizado em 21 de fevereiro de 2024 às 8:18
Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do exército — Foto: Reprodução

A possível prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de ironias por parte do coronel da ativa Romão Corrêa Netto, um dos investigados na apuração sobre tentativa de golpe de Estado.

Segundo informações do Globo, a conversa foi capturada pela Polícia Federal (PF) e está incorporada a um segmento do inquérito no qual, de acordo com a polícia, “militares demonstram consciência da ausência de fraudes” nas eleições.

“Vou ser eu que levarei o McDonald’s para você na prisão”, escreveu Corrêa Netto para Cid, em novembro de 2022. Em resposta à provocação de seu colega de farda, Cid responde com risos e informa: “Estou no STF (Supremo Tribunal Federal)”. Corrêa então replica: “Eu hein!”.

Na ocasião, o ex-ajudante de ordens estava acompanhando Bolsonaro em uma visita oficial aos ministros da Corte, apenas dois dias após o segundo turno das eleições. Nessa visita, o ex-presidente resistia a dar qualquer declaração admitindo sua derrota eleitoral.

À época, Corrêa Netto exercia a função de assistente do Comando Militar do Sul. Ele é identificado como pessoa de confiança de Cid, encarregado, segundo a PF, de realizar tarefas externas ao Palácio do Planalto que o então ajudante de ordens não poderia executar “em razão de suas responsabilidades oficiais”.

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Mauro Cid. Foto: reprodução

O ex-ajudante de ordens foi detido em maio do ano passado como resultado de uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. Ele foi libertado em setembro, após concordar com um acordo de delação premiada com a PF, acordo este homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Já o coronel foi preso na semana passada como parte da Operação Tempus Veritas da PF, que suspeita que uma organização criminosa tenha agido na tentativa de um golpe de Estado. No momento da operação policial, o militar estava nos Estados Unidos participando de um curso e foi repatriado ao Brasil sob escolta do Exército.

No diálogo, Corrêa Neto também indaga ao então auxiliar de Bolsonaro se havia algum desenvolvimento que o deixasse “otimista”, referindo-se a informações sobre uma suposta fraude eleitoral, alvo de busca pelo grupo, mas sem êxito, conforme a investigação da PF. “Até agora… nada. Nenhuma bala de prata… Por mais que tudo pareça”, responde Cid.

Um outro diálogo mencionado pela PF é entre o coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere e Cid, no qual ele diz ao ex-ajudante de ordens: “Espero, sinceramente, que vocês saibam o que estão fazendo”. Cid responde: “Eu também. Senão estou preso”.

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