Valdemar surpreende e decide falar à PF em depoimento

Atualizado em 22 de fevereiro de 2024 às 17:19
Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (22), o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, optou por falar durante seu depoimento à Polícia Federal. Segundo investigadores, ele inicialmente havia indicado que seguiria a mesma estratégia de silêncio adotada pelo ex-presidente Bolsonaro, mas acabou decidindo colaborar com as autoridades que conduzem a Operação Tempus Veritatis.

A decisão de Costa Neto de falar durante o depoimento foi relatada à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, por fontes ligadas à investigação. O presidente do PL foi alvo de uma operação no início do mês, que apura uma possível tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e membros de seu governo, especialmente da ala militar, com alegações sobre a legitimidade das urnas.

Com essa decisão de Valdemar, o ex-presidente passou a desconfiar, segundo o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, que ele esteja costurando um acordo com o STF sem o seu consentimento. Na avaliação do clã bolsonarista, o líder do PL deveria ter feito mais críticas públicas ao Supremo e à Tempus Veritatis, mas preferiu submeter-se para não desagradar o ministro Alexandre de Moraes.

Valdemar e Bolsonaro

Costa Neto enfrentou problemas legais recentes, sendo preso em flagrante há duas semanas por posse ilegal de arma de fogo e usurpação de bens da União.

Durante a operação, foram encontrados documentos irregulares relacionados à posse da arma e uma pepita de ouro proveniente de garimpo ilegal em sua residência, o que resultou em sua detenção por duas noites.

No dia 10 de fevereiro, Moraes decidiu conceder liberdade provisória para Valdemar. A medida foi estabelecida com a manutenção de medidas cautelares, as quais o político deverá cumprir durante seu período em liberdade.

Outros investigados que optaram por ficarem em silêncio durante a oitiva, além de Bolsonaro, foram Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Mário Fernandes (ex-chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Walter Souza Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente), Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército), Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (major do Exército), Rafael Martins Oliveira (major do Exército) e Amauri Feres Saad (advogado citado na CPI dos atos antidemocráticos como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres).

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