Lula volta a citar genocídio em Gaza e critica gastos militares

Atualizado em 28 de fevereiro de 2024 às 17:29
Lula durante a chegada a Georgetown, capital da GuianaLula durante a chegada a Georgetown, capital da Guiana
Lula durante a chegada a Georgetown, capital da Guiana. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer declarações contundentes sobre os ataques de Israel contra palestinos em Gaza durante um encontro de líderes do Caribe em Georgetown, capital da Guiana, nesta quarta-feira (28). Lula classificou o conflito como genocídio e criticou os altos gastos militares em detrimento de investimentos para combater a fome em diversas regiões do mundo.

“O genocídio na Faixa de Gaza afeta toda nossa humanidade, porque questiona nosso próprio senso de humanidade, e confirma uma vez mais a preferência pelos gastos militares em vez de investimentos ao combate à fome, na Palestina, África, América do Sul e Caribe”, afirmou o presidente durante a Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), em discurso que foi reproduzido no X, antigo Twitter.

O petista também abordou a guerra na Ucrânia, destacando suas ramificações globais no encarecimento de alimentos e fertilizantes. Ele ressaltou a importância de direcionar recursos para a paz mundial e criticou os bilionários investimentos em armamentos.

Ele endossou o discurso nas redes sociais, afirmando que essa inversão nos investimentos “é também a luta das populações caribenhas. Não é possível que num planeta que produz comida suficiente para alimentar toda a população mundial, cerca de 735 milhões de seres humanos não tenham o que comer”, escreveu em outro post.

“Não é possível que os países ricos, principais responsáveis pela crise climática, continuem descumprindo o compromisso de destinar 100 bilhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento, para o enfrentamento da mudança do clima. Não é possível que o mundo gaste por ano 2 trilhões e 200 bilhões de dólares em armas”, completou o presidente brasileiro.

Ao comentar a relação do Brasil com os países caribenhos, Lula ainda enfatizou a necessidade de manter a autonomia da região e promover a paz, fazendo uma referência velada à disputa territorial entre Guiana e Venezuela.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, elogiou o papel de Lula como uma voz de estabilidade na região, destacando sua liderança regional e seu envolvimento em iniciativas diplomáticas.

Lula ainda abordou a crise de segurança no Haiti, membro da Caricom, anunciando que o Brasil oferecerá treinamento à polícia haitiana e criará um centro de formação profissional para jovens no país. Ele também instou os países caribenhos a participarem ativamente da missão multinacional das Nações Unidas para Porto Príncipe, enfatizando a importância do engajamento regional na estabilização do Haiti.

Veja o discurso de Lula na Caricom: 

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