
Desde a fuga dos presidiários do Presídio Federal de Mossoró, no dia 14 de fevereiro, cinco indivíduos suspeitos de auxiliar os fugitivos já foram detidos.
Um desses suspeitos, o mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, atualmente sob custódia, prestou depoimento às autoridades e contou que foi obrigado a levar mantimentos para os criminosos.
No dia 23 de fevereiro, às 13h45, Ronaildo foi parado em uma barreira em Baraúna e informou às autoridades que Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estavam escondidos em sua propriedade rural há quase uma semana. Ele prestou depoimento oficial à Polícia Federal às 22h18 do mesmo dia.
“Estava eu, minha esposa e meu menino pequeno. Aí, por volta de 23h, 0h, a gente estava quase dormindo já, invadiram a porta, entraram para dentro, pegaram eu e minha esposa. Disse que se eu não fizesse o que eles me mandassem, iriam me matar, matar minha família. Aí eu fui obrigado a ficar assim”, contou.
Ronaildo relatou que os criminosos o obrigaram a levá-los para casa e, a partir de então, teve que passar diariamente no sítio com mantimentos. Em uma parte da declaração, o mecânico contou que passou no sítio à tarde para levar bolachas e mortadela aos fugitivos.
Entre o momento da abordagem policial e seu depoimento, oito horas se passaram e ele foi liberado para retornar ao local para levar mais comida.

Apenas 16 horas depois de revelar o paradeiro dos fugitivos, às 5h40 do dia seguinte, um grupo especial da PF foi ao sítio, mas os criminosos já haviam partido. Policiais envolvidos na operação afirmaram que essa demora foi crucial para a fuga dos bandidos.
A Polícia Federal, por sua vez, refutou as alegações de demora na operação, garantindo que Ronaildo foi monitorado desde a abordagem na barreira.
Durante as investigações, foram encontradas marcas de pneus do veículo de outro preso, Jânio de Sousa, no sítio. Suspeita-se que ele tenha levado os fugitivos ao local, levantando dúvidas sobre a possível cumplicidade do mecânico e sua esposa.
Ronaildo prestou três depoimentos à PF, enquanto sua esposa, Francisca Elizandra Miranda, prestou dois. Ambos admitiram ter recebido um pagamento de R$ 5 mil, mas suas versões sobre a origem do dinheiro diferem.
O advogado de Ronaildo alega que ele foi coagido pelos criminosos, temendo pela segurança de sua família.
“As ameaças que ele sofria lá das pessoas que estavam por fora, dando assistência aos foragidos, era que, se ele não cumprisse as regras e as determinações que lhe eram impostas, ele poderia sofrer agressão e constrangimento, até matar a família dele. Ele ficou completamente desnorteado com isso”, contou a defesa.
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