
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros da Polícia Federal analisam os áudios nos quais Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), ataca o ministro Alexandre de Moraes e a PF como parte de uma estratégia para perturbar as investigações contra ele e o ex-capitão, conforme informações do Blog da Andréia Sadi, do G1.
Cid, detido em maio de 2023 na operação que investigava a emissão fraudulenta de cartões de vacina para Bolsonaro e outros, fez um acordo de delação premiada com a PF para sair da prisão. Desde então, sua colaboração foi utilizada pela PF em várias investigações, incluindo aquelas que apuram se o ex-presidente desviou joias da União em proveito próprio ou tentou um golpe de estado após a derrota nas urnas em 2022.
Entretanto, na última quinta-feira (21), a revista Veja divulgou gravações em que o militar critica a condução de seu interrogatório pela PF e lança ataques a Moraes, alegando que o ministro possui poder absoluto sobre a justiça.

É incerto se Cid conversa com alguém e a identidade dessa pessoa. Como a delação é sigilosa, Cid não pode discuti-la com ninguém, exceto advogados e investigadores, o que pode levar à anulação da colaboração e seu retorno à prisão.
Outra questão a ser investigada é se houve coordenação desses áudios com advogados de outros investigados, o que poderia configurar obstrução de Justiça.
Após a revelação dos áudios, Moraes determinou que Cid seja ouvido por um juiz auxiliar. O depoimento foi agendado para as 13h desta sexta-feira (22), com a participação da defesa e um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR).