
Nesta quarta-feira (10), a Comissão de Constituição e Justiça do Congresso decidiu que o deputado Chiquinho Brazão, expulso do União Brasil, continue preso. Ele foi apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.
O resultado final foi de 39 votos a 25, com a bancada do Partido Liberal, a maior do Congresso, votando em peso pela liberdade do miliciano.
Brazão está preso provisoriamente desde 24 de março pela Polícia Federal, mas por se tratar de alguém com foro privilegiado, é preciso que a Câmara dos Deputados decida manter ou não o encarceramento. Na data, Domingos Brazão, irmão de Chiquinho, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foram detidos.
Apesar da decisão da CCJ, o miliciano ainda passará por uma última sessão de votos no Congresso. Uma votação geral na Câmara, ainda não agendada, dará o veredito final se Chiquinho continuará preso ou ficará em liberdade.
Bolsonaristas votaram pela liberdade a Brazão:
Dos 25 votos favoráveis ao miliciano, 13 partiram de deputados do PL, o mesmo de Jair Bolsonaro. Os outros deputados que queriam a liberdade de Brazão também são de partidos que atendem às demandas de extrema-direita, como Republicanos, União Brasil e PRD.
O União, porém, não votou em peso com os bolsonaristas, tendo Kim Kataguiri e Benes Locádio como eleitores da manutenção da prisão do acusado de mandar matar Marielle.

Veja como os parlamentares votaram:
Votaram para manter a prisão:
- Bacelar (PV-BA)
 - Flávio Nogueira (PT-PI)
 - Helder Salomão (PT-ES)
 - José Guimarães (PT-CE)
 - Luiz Couto (PT-PB)
 - Orlando Silva (PCdoB-SP)
 - Patrus Ananias (PT-MG)
 - Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
 - Rubens Pereira Jr. (PT-MA)
 - Welter (PT-PR)
 - Kim Kataguiri (UNIÃO-SP)
 - Benes Leocádio (UNIÃO-RN)
 - Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
 - Covatti Filho (PP-RS)
 - Fausto Pinato (PP-SP)
 - Toninho Wandscheer (PP-PR)
 - Neto Carletto (PP-BA)
 - Dra. Alessandra H. (MDB-PA)
 - Juarez Costa (MDB-MT)
 - Rafael Brito (MDB-AL)
 - Cobalchini (MDB-SC)
 - Renilce Nicodemos (MDB-PA)
 - Castro Neto (PSD-PI)
 - Cezinha Madureira (PSD-SP)
 - Delegada Katarina (PSD-SE)
 - Diego Coronel (PSD-BA)
 - Darci de Matos (PSD-SC)
 - Def. Stélio Dener (REPUBLICANOS-RR)
 - Ricardo Ayres (REPUBLICANOS-TO)
 - Alex Manente (CIDADANIA-SP)
 - Afonso Motta (PDT-RS)
 - Márcio Honaiser (PDT-MA)
 - Gilson Daniel (PODE-ES)
 - Duarte Jr. (PSB-MA)
 - Pedro Campos (PSB-PE)
 - Waldemar Oliveira (AVANTE-PE)
 - Maria Arraes (SOLIDARIEDADE-PE)
 - Célia Xakriabá (PSOL-MG)
 - Chico Alencar (PSOL-RJ)
 
Votaram para liberar Brazão:
- Felipe Saliba (PRD-MG)
 - Pedro Aihara (PRD-MG)
 - Mauricio Marcon (PODE-RS)
 - Roberto Duarte (REPUBLICANOS-AC)
 - Lafayette Andrada (REPUBLICANOS-MG)
 - Marcelo Crivella (REPUBLICANOS-RJ)
 - Nicoletti (UNIÃO-RR)
 - Dani Cunha (UNIÃO-RJ)
 - Rafael Simoes (UNIÃO-MG)
 - Delegado Marcelo (UNIÃO-MG)
 - Danilo Forte (UNIÃO-CE)
 - Fernanda Pessôa (UNIÃO-CE)
 - Bia Kicis (PL-DF)
 - Cap. Alberto Neto (PL-AM)
 - Carlos Jordy (PL-RJ)
 - Chris Tonietto (PL-RJ)
 - Del. Éder Mauro (PL-PA)
 - Dr. Jaziel (PL-CE)
 - Julia Zanatta (PL-SC)
 - Marcos Pollon (PL-MS)
 - Pr. Marco Feliciano (PL-SP)
 - Delegado Bilynskyj (PL-SP)
 - Domingos Sávio (PL-MG)
 - José Medeiros (PL-MT)
 - Delegado Ramagem (PL-RJ)
 
“Há muitos deputados que estão favoráveis a legalidade. Acham claramente que se trata de uma prisão ilegal”, disse Altineu Cortês, líder da bancada do PL em entrevista à CNN Brasil antes da votação.
Para os bolsonaristas, é preciso mandar um recado ao STF no sentido de que um parlamentar só pode ser preso de em flagrante de crime inafiançável, o que não seria aplicado a Brazão.