Lula e Moraes são atacados por bolsonaristas e republicanos no Congresso dos EUA

Atualizado em 7 de maio de 2024 às 18:29
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Evaristo Sá/AFP

Uma audiência no Congresso dos Estados Unidos sobre o Brasil se tornou palco de um embate no qual bolsonaristas e trumpistas, alegando serem alvos de perseguição e censura, enfrentaram democratas, que veem semelhanças entre as denúncias dos brasileiros e o discurso do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Com informações da Folha de S.Paulo.

Durante a sessão nesta terça-feira (7), três das quatro pessoas ouvidas apontaram supostas violações de liberdade de expressão por parte das autoridades brasileiras. Entre eles estavam o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo; o CEO da plataforma conservadora Rumble, Chris Pavlovski; e o jornalista norte-americano Michael Shellenberger.

O quarto membro do painel, indicado pelos democratas, foi o professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma, Fábio de Sá e Silva, que contestou as acusações e incluiu no debate ameaças atribuídas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionando as investigações sobre um suposto golpe de Estado após o ex-mandatário ser derrotado nas eleições de 2022.

A audiência contou com a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o blogueiro Allan dos Santos, o ex-comentarista da Jovem Pan Rodrigo Constantino e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

Apenas seis deputados norte-americanos estiveram presentes, sendo que somente dois permaneceram durante toda a audiência: o republicano Chris Smith, presidente do subcomitê de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais, e a democrata Susan Wild, principal representante do partido no órgão.

Apesar de serem minoria, mais democratas do que republicanos participaram da audiência: Jonathan Jackson, Joaquin Castro e a também congressista Sydney Kamlager-Dove.

Sydney afirmou que os ataques golpistas de 8 de janeiro e teorias conspiratórias representam a verdadeira ameaça à democracia no Brasil.

“Esta audiência é uma tentativa de minar a democracia brasileira ao dar uma plataforma para os mesmos indivíduos que espalharam mentiras sobre as eleições”, disse.

Segundo ela, os parlamentares estão usando o debate sobre o Brasil para desviar a atenção das acusações enfrentadas nos EUA por seu envolvimento na invasão do Capitólio em janeiro de 2021.

Susan Wild também criticou a audiência e questionou por que não foi realizada uma sessão sobre a democracia brasileira quando as informações sobre a suposta trama golpista se tornaram públicas.

“Colocando de modo simplificado, o ataque de 8 de janeiro foi claramente inspirado pelo 6 de janeiro. Acredito que precisamos de mais investigação dos dois eventos e do papel que os EUA podem ter desempenhado, incluindo de elementos de extrema direita que no mínimo expressaram apoio a essa tentativa de golpe [no Brasil]”, afirmou a deputada.

Deputada republicana Maria Salazar mostra foto de Alexandre de Moraes em audiência no Congresso dos EUA. Foto: Reprodução

A deputada republicana Maria Salazar, que também preside o subcomitê de Hemisfério Ocidental, chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de socialista e perguntou se o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) não seria um fantoche do petista ou se haveria algum tipo de conluio antigo entre eles.

“Pelo que estou entendendo, não só o Brasil tem como presidente um sujeito que foi condenado por corrupção, Lula da Silva, mas agora ele tem um operador totalitário, o ministro na Suprema Corte, Alexandre de Moraes”, disparou.

Salazar defendeu que o bilionário Elon Musk, dono do X, faça do “modelo brasileiro”, ao travar um embate contra as ordens do STF, “um exemplo para os EUA e o resto do hemisfério”.

“Você não mexe com liberdade de expressão. Você tem direito a dizer o que quiser, desde que não gere violência, ponto final”, disse.

Veja o vídeo:

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