
O Grupo GPA, proprietário das redes Pão de Açúcar e Extra, iniciou a limitação de compra de arroz, feijão, leite e óleo de soja em suas unidades e sites em todo o Brasil. A medida surge em meio ao temor de que as enchentes no Rio Grande do Sul possam afetar os estoques de alimentos no país, já que o estado é responsável por 70% da produção de arroz no Brasil.
Segundo o gerente de uma unidade do Pão de Açúcar em São Paulo, a limitação foi iniciada após um aumento significativo na compra desses produtos básicos em algumas lojas.
O Grupo Pão de Açúcar estabeleceu a seguinte limitação de compra: pacotes de arroz de cinco quilos em duas unidades, pacotes de feijão em quatro unidades, garrafas de óleo de soja em seis unidades e litros de leite em 24 unidades.
Outros supermercados em todo o país também estão adotando medidas semelhantes. Relatos de limitações foram observados em Minas Gerais, Espírito Santo e Ceará. Por exemplo, o Supermercados BH, em Belo Horizonte, implementou limites para a compra de arroz. Os clientes não podem adquirir mais do que cinco pacotes. A rede assegura que não faltará o produto em suas lojas.

Enquanto isso, redes como Mambo, St. Marche, Dia, Trimais, Sonda e Carrefour não anunciaram restrições de compra de arroz em suas unidades, com os gerentes garantindo que os estoques estão normalizados.
Apesar de o Código de Defesa do Consumidor proibir limitações sem justa causa, especialistas argumentam que o contexto atual permite tais restrições, considerando a corrida aos supermercados devido à calamidade pública no Rio Grande do Sul.
Em resposta, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que os estoques e operações de abastecimento do varejo estão normais até o momento. A entidade recomendou aos clientes que não façam estoques e afirmou que solicitará ao governo a abertura de importações para garantir o abastecimento da população.
Na terça-feira (8), o governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz para evitar a escassez do produto no mercado brasileiro.
Apesar disso, o mercado e especialistas alertam que é cedo para mensurar a pressão inflacionária da tragédia. O preço do arroz segue a cotação internacional e, atualmente, está em patamar reduzido. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) informou que 82,9% das lavouras já foram colhidas, restando cerca de 150 mil hectares.