Em estado grave, deputada bolsonarista Amália Barros é campeã de fake news no MT

Atualizado em 11 de maio de 2024 às 17:29
Michelle Bolsonaro e a deputada Amália Barros (PL-MT)

Amália Barros, deputada do PL-MT, tem enfrentado sérios desafios de saúde que a mantêm internada em estado grave na UTI do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Desde o dia 1º de maio, quando foi hospitalizada para a retirada de um nódulo no pâncreas, Amália passou por uma série de intervenções médicas, incluindo uma segunda cirurgia necessária devido a complicações. Mais recentemente, a parlamentar foi submetida a um procedimento de rádio intervenção, conforme o último boletim médico.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em um evento do PL Mulher em Aracaju, destacou a resiliência de Amália, lembrando das adversidades que ela enfrentou, como 15 cirurgias para tentar salvar seu globo ocular e a perda de um rim. “Nós cremos no milagre muito grande na vida da Amália. Creio que ela vai sair muito mais forte dali porque ela está lutando para viver”, afirmou Michelle, pedindo orações pela recuperação da deputada.

Amália Barros tem sido uma figura controversa no cenário político de Mato Grosso. Ela e seu colega de partido, Abilio Brunini, foram identificados por organizações da sociedade civil como os principais disseminadores de desinformação no estado em 2023.

Durante manifestações em Cuiabá, ativistas denunciaram o papel de ambos na propagação de fake news. As pautas promovidas por Barros incluem a criminalização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a defesa da Ferrogrão sem discussão sobre seus impactos ambientais, e discursos de ódio contra a população LGBTQIAPN+.

Criada para escoar as commodities de soja e milho produzidas no Centro-Oeste até os portos da Amazônia, a Ferrogrão deve percorrer quase mil quilômetros, de Sinop até Miritituba, no Pará, passando por Itaituba. Se sair do papel, a ferrovia vai rasgar a floresta amazônica e modificar o traçado de 17 unidades de conservação e afetar seis terras indígenas e três áreas indígenas com presença de povos isolados.

Este comportamento tem sido parte de uma estratégia mais ampla adotada por políticos da Amazônia Legal, que frequentemente utilizam a desinformação como ferramenta de propaganda. Amália e outros políticos têm explorado plataformas digitais e recursos públicos para ampliar o alcance de suas mensagens, muitas vezes em benefício do agronegócio e em detrimento de políticas de proteção ambiental.

O projeto “Amazônia Livre de Fake”, coordenado pelo Intervozes junto a outras 15 organizações, mapeou figuras públicas para identificar os principais disseminadores de desinformação e como esse conteúdo é financiado. Dentro desse contexto, Amália Barros foi destacada por sua participação ativa na promoção de desinformação e práticas contrárias ao direito à comunicação.