Deputado acusa prefeitura de Porto Alegre (RS) de negligência: “Causou a tragédia”

Atualizado em 20 de maio de 2024 às 21:34
Sebastião Melo de colete laranja, falando e olhando para o lado com expressão séria
Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre – Reprodução

O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS) usou seu perfil no X (antigo Twitter), para fazer uma denúncia contra o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). De acordo com o parlamentar, a gestão dele recebeu um alerta sobre os riscos de inundações no Centro, Menino Deus, Cidade Baixa e Sarandi, mas a tragédia não teria sido evitada por uma postura negligente das autoridades.

Em uma série de postagens feitas no X/Twitter, Gomes divulgou um documento do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos), de novembro de 2023, quando uma sequência de chuvas fez o rio Guaíba atingir mais de 3,4 metros e engenheiros solicitaram reparos urgentes em quatro casas de bombas e apontaram outros problemas.

De acordo com os dados exibidos pelo deputado estadual, a prefeitura não atendeu aos pedidos dos engenheiros do DMAE e as consequências previstas pelos especialistas se tornaram realidade. “Os engenheiros fizeram o seu papel, mas quem autoriza as ações negligenciou”, escreveu o político. Confira:

“Tive acesso a documentos do DMAE que mostram como a prefeitura de Sebastião Melo foi alertada sobre os riscos de inundações no Centro, Menino Deus, Cidade Baixa e Sarandi. Agora temos as evidências do que já era especulado: a negligência causou a tragédia!

Em novembro de 2023, vivemos uma sequência de chuvas que fizeram o Guaíba atingir mais de 3,4m. Dias depois, os engenheiros do DMAE solicitaram reparos URGENTES em quatro casas de bombas: a 17 e a 18, que ficam no Centro; a 13, no Parque Marinha; e a 20, na Vila Minuano.

Na 17 e 18, foi solicitada a “elevação das paredes do poço de descarga”, uma obra simples para aumentar a altura da parede e manter as bombas isoladas e funcionando em casos extremos. O pedido surgiu com a análise dos problemas de novembro.

O documento enfático afirmava a “necessidade urgente de resolução da demanda” para não corrermos o risco de ver “o alagamento da área central de Porto Alegre, entre a Usina do Gasômetro e a Rodoviária”. Nada foi feito para reparar o problema verificado pelos técnicos do DMAE.

Na EBAP 13, que fica no Parque Marinha, foi solicitado o conserto das janelas de inspeção do poço de descarga, que não estavam devidamente pressurizadas, como manda o projeto original. O perigo iminente era o alagamento no Menino Deus e no entorno da Azenha. Nada foi feito!

Por fim, na EBAP 20, na Vila Minuano, os engenheiros pediram uma avaliação do quão protegido estava o “poço de descarga”, pois havia a hipótese de que uma elevação do Arroio Passo da Mangueira geraria o colapso das bombas e graves consequências na região do Sarandi.

Tragicamente, toda a descrição dos engenheiros do DMAE aconteceu, e da pior maneira. Se comprovou o que os estudiosos da hidrologia dizem: a pior inundação é a que está por vir, por isso, a prevenção é o melhor caminho. Mas o mais estarrecedor é o que vem agora…

Esse processo tramitava desde 2018 e sempre parava na incompetência dos gestores do DMAE. Os engenheiros fizeram o seu papel, mas quem autoriza as ações negligenciou. Prova disso é que, em 23 de abril de 2024, ainda não havia sequer um cronograma pra fazer os reparos. A verdade é que, ao contrário do que o Melo diz, o teste do sistema de proteção contra cheias foi em 2023.

Entre setembro e novembro, os especialistas viram os problemas e apresentaram soluções para diminuir os impactos das cheias. Mas, Maurício Loss (DMAE) e Melo não agiram! O prefeito Sebastião Melo adora aparecer como síndico, zelador, cuidador dos problemas da capital, mas mostrou que isso é só discurso.

Diante do “Super El Niño” e da inegável mudança no padrão de chuvas na última década, o seu negacionismo climático se sobressaiu. Essas informações são só o começo. Os processos possuem mais de 100 páginas, inúmeras perguntas não respondidas, detalhes absurdos da inoperância de Sebastião Melo e nós iremos mostrar ponto a ponto pra vocês.

E sei que alguns podem se perguntar: será que é a hora? Milhares de pessoas ainda estão nos abrigos, com suas casas debaixo d’água. Seguimos diariamente nas ações de solidariedade e construindo alternativas para sairmos dessa crise.

Sim, é hora de responsabilizar os culpados e o trabalho parlamentar exige fiscalização séria! Toda a documentação será entregue ao Ministério Público, também iremos estimular ações investigativas noutros órgãos de controle, além do parlamento. Sem a responsabilização de quem foi negligente, como Sebastião Melo, não teremos reconstrução de Porto Alegre e do RS!”

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