
Na noite de domingo (19), o empresário Antônio Gregório de Almeida, de 62 anos, conhecido por muitos como “Seu Antônio”, morreu após ser empurrado durante uma discussão em sua própria lanchonete, Esquina Dog. O incidente, causado por um motoboy, que resultou em traumatismo craniano, deixou familiares, amigos e clientes em choque.
Antônio iniciou sua jornada no mundo dos negócios em 1999, quando ele e sua companheira decidiram comprar um carrinho de cachorro-quente com suas economias. Inicialmente, o casal vendia o produto de forma tradicional, mas em 2004, buscando inovar, Antônio introduziu o hot dog prensado no cardápio, deixando seu trabalho como frentista para se dedicar exclusivamente ao negócio.
“Trabalhavam dia e noite e nunca fechavam. Muita gente fazia fila para comprar o cachorro-quente dele. Aí ele viu a oportunidade de aumentar o espaço”, relembra Herley Mehl Amancio Garbuio, engenheiro eletricista e amigo de Antônio. O esforço e a dedicação deram frutos, e em 2017, Antônio conseguiu abrir uma lanchonete em um espaço que antes abrigava uma farmácia. Mesmo com o novo estabelecimento, ele manteve o carrinho na frente da loja como um símbolo de sua trajetória.
Os clientes descrevem Antônio como um homem que tratava a todos como família. Elaine Dalagassa, que comprava o cachorro-quente há mais de 20 anos, conta que o empresário conhecia todos pelo nome e acompanhava as histórias de vida de seus clientes. “Ele sempre falava sobre as filhas dele, éramos como uma família, criamos muitos vínculos. Passei por diversas etapas da minha vida e sempre contando para eles”, disse Elaine.
Herley Garbuio também reforçou a imagem de Antônio como um homem de paz e bondade. “Com o passar do tempo, convivi mais com a família. Eu praticamente era de casa. Fazíamos churrasco, bebíamos umas, viajamos três vezes para Foz do Iguaçu e ele sempre com uma serenidade grande. Era como um pai para todos. Conhecia e sabia o nome de todos os clientes”.
A tragédia aconteceu após uma discussão sobre um troco de R$ 27 com um motoboy que trabalhava na lanchonete há cerca de quatro anos. Câmeras de segurança registraram o início da discussão. Durante o conflito, o motoboy empurrou Antônio, que caiu, bateu a cabeça e perdeu a consciência. Apesar das tentativas de socorro, Antônio não resistiu e faleceu no local.
O suspeito do empurrão, cujo nome não foi divulgado, fugiu após o incidente. Equipes das Polícias Militar e Civil estão em busca do motoboy, mas até o momento ele permanece foragido. Segundo a delegada Camila Cecconelo, os dois já haviam discutido antes, mas nunca haviam chegado à violência física. Antônio deixa sua esposa, três filhas e seis netos.