
As chuvas que geraram catástrofe no Rio Grande do Sul tiveram como um dos principais agravantes uma “febre do oceano”, segundo o estudo State of the Ocean Report, publicado nesta segunda-feira (3) pela Unesco. O documento traz um alerta para os riscos para zonas costeiras no país e no mundo, e aponta que as águas no Atlântico Sul estão 2ºC acima da média.
O relatório aponta que a taxa de aquecimento dos oceanos mais do que dobrou nos últimos 20 anos e tem crescido de forma acelerada recentemente. Os mares de todo o planeta esquentaram cerca de 0,8ºC na última década, sendo 0,4ºC somente entre 2023 e 2024.
A Unesco ainda aponta que o ano de 2023 foi o mais quente na história dos oceanos e teve uma alta média de temperatura de 1,45ºC. Esse ritmo, além de tragédias como do RS, tem causado danos à vida marinha, como a destruição de suas florestas e a criação de áreas mortas nos oceanos.
A tendência é que essa “febre do oceano” registre novos recordes neste ano, já que as medições regionais apontaram um aquecimento do Atlântico até 2ºC acima da temperatura esperada para o período.

Representante da Unesco no Brasil, o pesquisador Ronaldo Chrsitofoletti, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que essa temperatura elevada influencia na evaporação da água e, consequentemente, na formação de nuvens e no deslocamento das massas de ar pelos continentes.
“O oceano cobre 70% do planeta e é o principal responsável pela regulação do clima. Logo, um oceano ‘febril’ contribuiu para uma série de catástrofes climáticas e chuvas intensas nos últimos anos”, explica. Além das chuvas no RS, ele aponta que o aquecimento contribuiu com as chuvas extremas do fim de 2021 no sul da Bahia; de Petrópolis e Recife em 2022; e em Alagoas, Angra dos Reis e no litoral norte de São Paulo em 2023.
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