
A quais interesses o senhor está atendendo ao tratar de um tema como esse?
Não tenho interesse pessoal nisso, não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará (o jogador é sócio em um projeto para construir imóveis de alto padrão à beira-mar em Pernambuco e Alagoas). Isso é narrativa. Quero desconstruir a fake news de privatização das praias.
O que pretende, então, com a PEC das praias?
Acabar com o foro, o laudêmio e a taxa de ocupação, a fim de dar segurança jurídica para que as pessoas possam ser de fato as proprietárias. O governo está desesperado porque acha que vai perder dinheiro, mas não vai. Hoje, arrecada R$ 1,1 bilhão por ano com as taxas. Com a cessão onerosa (possibilidade do proprietário comprar a parte da União nos terrenos), o impacto será de dezenas de bilhões de reais. Eles acham que o Estado tem que tomar conta de tudo. Tenho convicção de que estou fazendo o certo. (…)

Diante das mudanças que o senhor está fazendo agora após a repercussão do caso na internet, admite que o texto do projeto está mal redigido?
Não é que estivesse mal redigido, acho que talvez não teve o debate adequado na Câmara. A PEC teve quase 400 votos dos deputados em 2022, mas não houve muita discussão. Por isso é bom, sim, que tenha audiência pública.
Admite, ao menos, que está perdendo a batalha de comunicação para a esquerda nas redes?
Eles inventaram um nome bonitinho: PEC da privatização das praias. Mas estou sendo bem-sucedido nas explicações, já passaram a chamar só de PEC das praias. (…)