
Em uma operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira (6), foram presos diversos indivíduos ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Entre os detidos, estão uma pastora, um vidraceiro e uma professora. A ação abrangeu 18 estados e o Distrito Federal, e ainda há 159 foragidos não localizados, segundo informações da corporação.
Um dos presos é Givair Batista Souza, vidraceiro de 50 anos, residente em Sumaré, interior de São Paulo. Durante seu depoimento, o homem revelou que participava do acampamento bolsonarista em frente à Escola de Cadetes em Campinas (SP).
Ele já tem antecedentes por roubo e declarou que viajou para Brasília em 7 de janeiro de 2023 em um ônibus cujos custos foram divididos entre os participantes. Souza alegou que seu objetivo era uma manifestação pacífica. Sua defesa no Supremo Tribunal Federal, segundo o jornal O Globo, nega qualquer intenção de golpe de estado.
Outra detida é Iraci Megumi Nagoshi, professora aposentada de 71 anos, residente em São Caetano do Sul (SP). No final de fevereiro, o ministro Flávio Dino, do STF, votou pela condenação de Iraci e mais 14 réus por crimes relacionados aos atos antidemocráticos do ano passado.

O magistrado sugeriu uma pena de 14 anos por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e golpe de estado. A defesa da mulher argumenta que a denúncia não especificou as ações concretas atribuídas à ela.
A pastora Sandra Maria Menezes Chaves, de 49 anos, também foi presa durante a operação. A evangélica, moradora de São Paulo e avó de três netos, foi condenada a 13 anos de prisão pelo STF em fevereiro deste ano e presa dentro do Senado. Sua defesa alega que ela se manifestava de forma pacífica e não cometeu os crimes pelos quais foi condenada.
A Polícia Federal informou que mais de 200 réus violaram medidas cautelares judiciais, incluindo alguns que fugiram para outros países. A operação tem como alvo os envolvidos na invasão de 8 de janeiro de 2023 aos prédios dos Três Poderes, que resultou em atos violentos e danos generalizados.
Foram emitidos 208 mandados de prisão preventiva, alguns direcionados a indivíduos que quebraram tornozeleiras eletrônicas e outros a pessoas que fugiram do país. Todos os mandados foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações dos atos golpistas.