
Frederic West e sua esposa, Rosemary Letts, moravam em um bairro tranquilo de Gloucester, no Reino Unido, na rua Cromwell, no número 25. Apesar da aparente normalidade, eles ficaram conhecidos como dois dos serial killers mais cruéis do país.
O casal torturou, abusou e matou pelo menos uma dezena de mulheres, incluindo a filha mais velha, Heather, de 16 anos. As vítimas eram enterradas no porão ou no jardim da casa.
Além das vítimas, os filhos do casal também sofreram abusos e maus-tratos. Mae West, a segunda filha do casal, descreveu em um livro os horrores que viveu na “casa do horror”, como o local ficou conhecido.
“Mamãe batia tanto em mim e nos meus irmãos que muitas vezes nos machucávamos. O hospital local sabia que havíamos ido parar no pronto-socorro mais de 30 vezes no total, mas nunca detectou nenhum tipo de padrão”, escreveu Mae West, de 51 anos, no livro “Love as always, mum xxx”.
No livro, Mae relata a provação que ela e seus irmãos sofreram na casa da rua Cromwell. Um trecho da autobiografia foi publicado pelo jornal britânico Daily Mail.
Mae recebeu uma carta de sua mãe logo após a prisão dela por ajudar o marido a cometer os crimes. A carta, que deu título ao livro, surpreendeu Mae profundamente por estar carregada de palavras de carinho.
“Minha mãe nunca me disse esse tipo de coisa enquanto eu crescia. Ele também não me abraçou desde que deixei as fraldas”, disse Mar, que relatou surras na infância por parte da mãe, que também “ignorou deliberadamente os avanços abusivos do pai” em relação à filha.
Apesar dos abusos, a autora lembrou que, para ela, o local era “nossa casa”. “Comíamos e víamos televisão juntos, comemorávamos aniversários e saíamos de férias”, contou.
O modus operandi de Fred e Rosemary para matar suas vítimas tinha a ver com um recurso que encontraram para gerar renda. Eles passaram a alugar os quartos vazios de sua casa para pessoas, especialmente mulheres solitárias em busca de moradia acessível.
O destino final dessas mulheres era serem enterradas no porão ou no jardim da “casa do horror”. Por não terem família ou parentes próximos, seus desaparecimentos passavam despercebidos pela sociedade.
Mae afirmou que não sabia o que estava ocorrendo em sua casa. “Um dia, quando eu tinha oito anos, descobrimos um armário cheio de roupas e sapatos femininos. Heather e eu costumávamos usá-los, e mamãe não parecia se importar. Só muitos anos depois percebi que eram roupas de jovens que haviam sido assassinadas em casa”, escreveu.