
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo (9) a dissolução do parlamento francês, convocando novas eleições. A decisão surge após a derrota de seu partido, o REM, nas eleições do Parlamento Europeu para o partido RN, liderado por Marine Le Pen, uma figura populista de extrema direita.
“O resultado das eleições da União Europeia não é bom resultado para o meu governo”, afirmou Macron, justificando a necessidade de uma nova votação parlamentar.
As eleições foram marcadas para dois turnos, em 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno), visando devolver aos eleitores a escolha do futuro parlamentar.
“Decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Estou, portanto, dissolvendo a Assembleia Nacional”, concluiu.
?? DISCURSO LEGENDADO: Macron dissolve Parlamento francês após derrota pra a extrema-direita nas Eleições Europeias.
Ele afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária para dar uma resposta à “ascensão dos nacionalistas e demagogos”, que ele considera um perigo tanto para a… pic.twitter.com/FeAAMezG71
— Eixo Político (@eixopolitico) June 9, 2024
Essa decisão de Macron acontece em um momento em que os primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia indicam o RN à frente dos demais partidos. Comandado pelo ultradireitista Jordan Bardella, o RN obteve cerca de 32% dos votos, mais que o dobro da chapa de Macron, segundo pesquisas iniciais.
Marine Le Pen, líder do RN, celebrou os resultados como históricos e expressou sua prontidão para as próximas eleições nacionais. Le Pen, conhecida por suas posturas xenofóbicas e pela proximidade com a Rússia, busca uma guinada na política externa francesa caso seja eleita.
A ascensão da extrema direita na Europa preocupa os moderados, que veem na possível criação de um grupo de nacionalistas uma ameaça ao equilíbrio político do continente. Le Pen busca alianças com outros líderes de direita, como Meloni na Itália, com o objetivo de impulsionar uma agenda populista e de oposição às regulamentações ambientais e imigratórias.
A atitude de Macron reflete não apenas a preocupação com o avanço da ultra-direita, mas também uma estratégia para conter esse movimento e reafirmar o compromisso com os valores democráticos e europeus. A resposta à ascensão da extrema direita tornou-se uma questão premente para os líderes moderados, que buscam encontrar formas eficazes de lidar com esse fenômeno.