
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), pela Polícia Federal (PF), afirmando que conversará com ele nesta quinta-feira (13) para “tomar uma decisão”.
A PF concluiu que o ministro faz parte de uma organização criminosa e cometeu o crime de corrupção passiva, relacionado a desvios de recursos de obras de pavimentação financiadas com dinheiro público da estatal federal Codevasf.
“Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando e a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes. E ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele. Vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, disse Lula à Folha de S.Paulo.
O ministro, no entanto, criticou a atuação da PF e afirmou que provará sua inocência na Justiça, negando qualquer irregularidade na indicação de emendas parlamentares.
“Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”, afirmou Juscelino Filho em nota.

O caso envolve a suspeita de desvio de emendas parlamentares para a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã de Juscelino, Luanna Rezende, é prefeita e onde seu pai já foi prefeito. A Controladoria-Geral da União (CGU) relatou que 80% da estrada beneficiou propriedades de Juscelino e seus familiares.
A obra em Vitorino Freire foi realizada pela Construservice, empresa ligada ao empresário Eduardo José Barros Costa, apontado pela PF como sócio oculto e parceiro de Juscelino em uma “organização criminosa”.