
Em meio a uma série de derrotas do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional, o ministro Fernando Haddad criticou a falta de diálogo em Brasília durante um evento do Instituto Conhecimento Liberta em São Paulo, neste sábado (15). Haddad expressou sua frustração com a necessidade constante de defesa do governo diante das questões levantadas pelo Legislativo.
“Quando vamos para Brasília, não dialogamos com o serviço público propriamente dito. Vamos nos defender do que está acontecendo. A todo momento você fica apreensivo. Que lei vão aprovar? O que vamos fazer? Que maluquice é essa? O que estão falando? Por que não se dedicam a coisas sérias que vão mudar a vida das pessoas? Para quê essa espuma toda? Para criar cizânia na sociedade?”, afirmou o ministro.
Na última semana, o Congresso Nacional recusou uma medida provisória do governo que tinha como objetivo aumentar a arrecadação tributária, impactando setores como comunicação, calçados, call center, confecção e vestuário. Esta derrota representa um obstáculo significativo para o plano de ajuste fiscal de Haddad.
Além disso, os parlamentares derrubaram o veto presidencial a um trecho da lei que restringe saídas temporárias de presos e aprovaram um requerimento de urgência para um projeto de lei ‘antiaborto’ por estupro.

Apesar das críticas e da possibilidade de enfraquecimento político, Haddad recebeu apoio público de lideranças do governo Lula, como o presidente em viagem pela Europa. Lula defendeu firmemente o ministro, garantindo sua estabilidade no cargo.
Sobre a economia brasileira, Haddad enfatizou a importância de aproveitar o momento para investimentos verdes. Ele destacou a necessidade do Brasil adotar práticas mais sustentáveis na agricultura e na produção industrial para se proteger do protecionismo internacional e promover um desenvolvimento econômico mais equilibrado.
“Estamos em um contexto internacional muito desafiador, mas esses momentos desafiadores é que são, às vezes, a janela que se precisa para despontar com uma liderança. E o Brasil pode liderar processos muito significativos”, afirmou Haddad.
Fernando Haddad também comentou sobre os desafios relacionados ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, enfatizando a importância de integrar questões ambientais no tratado para garantir sua aprovação.
“[Se não aproveitarmos [o movimento verde], o mundo vai acabar superando as nossas vantagens naturais com tecnologia”, finalizou o ministro da Fazenda.