Moraes manda governo de SP monitorar conversas de Ronnie Lessa na prisão

Atualizado em 17 de junho de 2024 às 13:59
Ronnie Lessa durante delação à PF. Foto: reprodução

Nesta segunda-feira (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo continue monitorando as conversas, verbais e escritas, de Ronnie Lessa com familiares e advogados na penitenciária de Tremembé (SP). Ex-policial e assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, Lessa está preso desde 2019 e será transferido da penitenciária federal de Campo Grande (MS) para Tremembé ainda esta semana.

“Determino à Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo que […] mantenha sob monitoramento de áudio e vídeo no parlatório e nas áreas comuns, para fins da preservação da ordem interna e da segurança pública o colaborador Ronnie Lessa, e autorizo o monitoramento de suas comunicações verbais e escritas, das celas e nos momentos de visitas de familiares e de atendimento advocatício”, afirmou o ministro na decisão.

A transferência de Lessa foi solicitada por sua defesa, que argumentou que a mudança o deixaria mais próximo da família. Ao acatar o pedido, Moraes também mencionou que a transferência foi acordada previamente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Porém, essa decisão contraria o posicionamento do secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Marcelo Streifinger, que afirmou que o presídio de Tremembé não tem capacidade para comportar Lessa. Mesmo assim, o ex-policial ficará em uma cela individual, sem contato com outros presos.

O ex-PM Ronnie Lessa está preso desde 2019. Foto: Reprodução

O ex-policial firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro, homologado pelo STF. Nos seus depoimentos, Lessa indicou os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como os mandantes do crime. Segundo Lessa, a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes envolveu uma proposta financeira milionária para ele e seu comparsa, o ex-PM Edimilson de Oliveira, conhecido como Macalé.

“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […]. Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”, relatou Lessa.

Lessa também apontou aos investigadores as áreas onde seriam criados loteamentos clandestinos na Zona Oeste do Rio, supostamente como parte do pagamento pelo crime. Contudo, a Polícia Federal declarou que não encontrou evidências concretas desse planejamento.

A Justiça Federal de Campo Grande já iniciou os procedimentos para a transferência de Lessa. Segundo o despacho, o réu confesso pode permanecer em celas da PF em aeroportos ou outros locais de passagem durante o período de traslado até Tremembé.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link