
Raí Souza Vieira de Oliveira, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Paris Saint-Germain, discursou nesta quarta-feira (3) em uma manifestação contra a ultradireita em Paris, na França.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-atleta, que é cidadão francês desde 2016, destacou que o crescimento do fascismo no mundo é nocivo pelo uso “das redes sociais para as fakes news” e do extremismo de direita “ser contra a ciência, contra a cultura, contra a educação”. Confira trechos:
Por que se manifestar na França, neste momento?
A importância é gigante, porque a França é muito simbólica, por tudo o que representa, os direitos humanos… e os movimentos de extrema direita são globais. Então os progressistas, a gente, que é de esquerda, humanista, tem que se juntar também a essa manifestação. É um momento crítico no mundo, e os franceses sempre souberam se mobilizar, principalmente quando toca a questão da República, os direitos humanos, a democracia, a liberdade. Esta manifestação com certeza vai ser linda e importante para a eleição no próximo fim de semana.
Seu irmão, Sócrates, estaria aqui?
Ele está aqui. Está aqui comigo. O Brasil viveu a ditadura, viveu o Bolsonaro. A França já viveu várias guerras, mas há muito tempo vive em plena democracia, e isso tá em risco agora. Então o meu irmão, que lutou tanto pela redemocratização do Brasil, está aqui comigo hoje, com certeza, toda a nossa família, para lutar pela liberdade, não só da França, mas do planeta. (…)
Sendo brasileiro e agora cidadão francês, estar presente aqui é importante também para a política brasileira?
É importante para o mundo. A gente vê que os movimentos de extrema direita estão se juntando. Têm algo pensado, a mesma estratégia, que é a da mentira, de usar as redes sociais para as fakes news, contra a ciência, contra a cultura, contra a educação, buscar o caos para que eles usufruam do poder em detrimento da saúde social do mundo inteiro. Não existem mais fronteiras, temos que pensar as soluções em conjunto. (…)
Veja o vídeo:
Raí, ancien footballeur du PSG : « L'extrême droite je connais bien, ce qu'il font le mieux c'est mentir. Au Brésil, on a vécu un cauchemar. 4 ans de misogynie, 4 ans d'homophobie, de préjugés."
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— Mediapart (@Mediapart) July 3, 2024