Plano econômico de Milei gera incerteza e abala relação da Argentina com o mercado

Atualizado em 23 de julho de 2024 às 9:03
O presidente da Argentina Javier Milei – Foto: Reprodução

A lua de mel entre Javier Milei, presidente da Argentina, e o mercado acabou após dúvidas sobre seu plano econômico, após recentes medidas para controlar a desvalorização do peso frente ao dólar geraram uma reação negativa dos investidores.

O governo fixou a taxa de câmbio oficial em cerca de 960 pesos por dólar, mas nos mercados paralelos a cotação atingiu quase 1.500 pesos. Essa diferença é um indicador de confiança no governo e pode aumentar a inflação.

No sábado (20), Milei anunciou um plano para estabilizar o peso, que inclui o uso das reservas de moeda estrangeira para comprar pesos no mercado paralelo e restringir a impressão de dinheiro. “Se eu desligar todas as torneiras para imprimir dinheiro, o problema acaba”, disse Milei à LN+.

Os investidores não reagiram bem ao plano, e o mercado de ações argentino caiu até 12,3% na semana passada, enquanto os títulos soberanos denominados em dólares caíram até 11,3%. Críticos argumentam que as medidas são de curto prazo e inconsistentes.

Atrasos na acumulação de reservas de moeda estrangeira podem retardar o fim dos controles cambiais e aumentar a probabilidade de calote em mais de US$ 9 bilhões em pagamentos de dívida no próximo ano. Juan Pazos, economista-chefe da TPGC Valores, afirmou que sacrificar a acumulação de reservas para reprimir a volatilidade da taxa de câmbio não é uma prioridade para investidores.

Cédulas de pesos argentinos – Foto: Reprodução

Controle da inflação a todo custo

Milei cumpriu sua promessa de campanha de reduzir o déficit público da Argentina, resultando em uma queda da inflação mensal de 26% em dezembro de 2023 para 4,6% em junho deste ano. No entanto, investidores temem que controlar a inflação a todo custo esteja prejudicando outros objetivos econômicos de longo prazo.

As negociações com o FMI sobre um novo empréstimo podem ser tensionadas pelas medidas de Milei para apoiar o peso. O presidente descartou preocupações sobre seu plano econômico, culpando a volatilidade cambial nos bancos locais.

O ministro da Economia, Luis Caputo, reiterou que o objetivo do governo é reduzir a quantidade de pesos em circulação e manter o peso forte. As empresas, entretanto, reclamam que a política de desvalorização lenta está prejudicando a competitividade das exportações.

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