
A DJ francesa Barbara Butch, conhecida por sua militância feminista e LGBTQIA+, apresentou uma queixa por assédio cibernético agravado, ameaças de morte e insultos públicos. O incidente ocorreu após sua performance na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, que gerou controvérsias entre a extrema-direita.
Durante a abertura dos Jogos, Barbara Butch participou de uma apresentação intitulada “Festivity”. A cena mostrava um grupo à mesa, incluindo drag queens famosas, como Nicky Doll, Paloma e Piche, o que foi interpretado por alguns como uma paródia da “A Última Ceia”. Apesar de a organização desmentir essa inspiração, a artista enfrentou uma onda de ataques online.
Em seu Instagram, Barbara Butch relatou: “Desde minha apresentação, tenho sido alvo de um assédio cibernético particularmente violento.” Ela detalhou ter recebido ameaças de morte, tortura e estupro, além de insultos antissemitas, homofóbicos, sexistas e gordofóbicos. Diante dessa situação, a DJ decidiu registrar uma queixa formal, conforme comunicado por sua advogada, Audrey Msellati.
Ver essa foto no Instagram
Audrey Msellati, em entrevista à AFP, afirmou: “Aqueles que atacam Barbara Butch o fazem porque não suportam o fato de ela poder representar a França sendo mulher, lésbica, gorda e judia. Ao atacá-la, estão atacando os valores, os direitos e as liberdades da França.” A advogada enfatizou que a DJ, ao se apresentar na abertura dos Jogos, estava exibindo esses valores em um palco mundial.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos condenou veementemente o assédio sofrido pela equipe artística da cerimônia de abertura. O diretor artístico, Thomas Jolly, negou qualquer intenção de parodiar “A Última Ceia”, explicando que a apresentação visava criar uma grande celebração pagã ligada aos deuses do Olimpo.