Forças Armadas venezuelanas dão “apoio incondicional a Maduro”

Atualizado em 30 de julho de 2024 às 17:57
Nicolás Maduro ao lado de Vladimir Padrino, ministro da Defesa. Foto: reprodução

As Forças Armadas da Venezuela reafirmaram “lealdade absoluta e apoio incondicional” ao presidente do país, Nicolás Maduro, em meio a protestos intensos da oposição contra sua reeleição. Em pronunciamento na TV, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, reforçou que Maduro foi “legitimamente reeleito pelo poder popular e proclamado pelo Poder Eleitoral para o período presidencial 2025-2031”.

Padrino classificou a situação atual como uma tentativa de golpe de Estado, supostamente orquestrada por “fascistas da direita extremista apoiada pelo império estadunidense”.

Segundo Padrino, a reeleição de Maduro representa a vontade do povo venezuelano e que os protestos e atos de sabotagem são “expressões de ódio e irracionalidade” de grupos políticos que sabiam que estavam derrotados. Ele também mencionou que a eleição foi acompanhada por mais de 900 observadores internacionais, tentando garantir a legitimidade do processo eleitoral.

Apesar da presença de observadores, a vitória do chefe de Estado tem sido amplamente questionada. Lideranças internacionais, incluindo o governo brasileiro, não reconheceram o resultado e exigem a divulgação dos dados desagregados de cada sessão eleitoral para legitimar o pleito.

Nicolás Maduro de óculos, com os braços cruzados, sério, de perfil
Nicolás Maduro – Reprodução

O Carter Center, uma ONG que monitorou as eleições, cancelou a divulgação de seu relatório devido à falta de acesso aos resultados detalhados por sessão, sugerindo possíveis fraudes. O governo Maduro alegou que o sistema de votação sofreu um ataque hacker, justificando a não divulgação dos dados.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) marcou uma reunião para discutir a falta de transparência nas eleições venezuelanas. O encontro, solicitado por Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana, está agendado para quarta-feira (31).

Mais cedo, a OEA declarou que não reconhece os resultados das eleições, citando “vícios, ilegalidades e más práticas” durante o processo. “Em conclusão, dado que não existe qualquer suporte documental público que suporte os dados anunciados pelo CNE, existindo, sim, informações provenientes de diversas fontes que os contradizem, é critério técnico do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral que os resultados oficiais não merecem confiança nem devem receber reconhecimento democrático”, informou o relatório.

A situação na Venezuela é tensa, com protestos se espalhando pelas cidades e há informações de mortes. Manifestantes derrubaram estátuas de Hugo Chávez e exigem que os votos sejam recontados.

Sem apresentar provas ou documentos que atestem os indícios, a oposição, liderada por María Corina Machado, afirma ter 73% das atas eleitorais e acredita que, mesmo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuísse 100% dos votos restantes a Maduro, ele não alcançaria a vitória. “Com as atas que faltam, ainda que o CNE desse 100% dos votos para Maduro, não chegam perto do Edmundo com o que já temos”, declarou Machado.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição, acusando-os de tentar interferir nas eleições. Os oposicionistas continuam a pressionar pela transparência e legitimidade do processo eleitoral.

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