“Nunca estivemos tão perto de uma grande guerra no Oriente Médio”, diz professor da FGV

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 16:47
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, com o principal líderdo Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, Irã, morto por Israel

Após o ataque israelense em território iraniano que matou o líder político do Hamas, Ismael Haniyeh, cresce a ameaça de caos completo no Oriente Médio. “Mais um passo foi dado em direção a uma guerra que talvez saia do controle”, diz Salem Nasser, professor da FGV Direito em São Paulo, em vídeo no YouTube.

“As primeiras informações vindas de Teerã dão conta de um ataque feito por um míssil terra-terra, lançado de algum país da região. O líder do Hamas estava no Irã para assistir à posse do novo presidente do país”.

“Desde terça, a situação na região é tensa. Um ataque de Israel a Beirute, capital libanesa, tentou atingir as lideranças do Hezbollah”. Para Nasser, essa série de ataques deverá causar retaliação pelo Hezbollah.

O presidente do Irã já declarou que Haniyeh estava em Teerã como hóspede e isso demandará uma resposta à altura a essa ofensa por parte do país persa. Também aconteceu um terceiro ataque no Iraque – este, realizado pelos Estados Unidos.

“Este terceiro ataque explica o ambiente tenso no Oriente Médio e ajuda também a responder uma pergunta fundamental: Será que Israel está escalando o conflito no Oriente Médio com a anuência dos Estados Unidos?”, questiona Nasser.

Para o acadêmico, a resposta é afirmativa: “O ataque às milícias populares no Iraque indica que Netanyahu voltou dos EUA com autorização para realizar essas ações provocativas. Tudo isso gera muita incerteza, pois deverá haver retaliação”.

Um comunicado feito pelo Hezbollah, no Líbano, ainda na noite de terça, dizia que o ataque matou pelo menos quatro pessoas. Há ainda outros cinco desaparecidos – um deles, uma liderança da entidade. Agora, o Irã também deverá retaliar essas ações. Durante os dez meses da ação israelense em Gaza, muitos familiares do líder do Hamas foram mortos por Israel – incluindo três filhos e quatro netos. No total, 60 familiares do líder do Hamas foram executados.

“Se houve um momento, nesses 10 meses, no qual estivemos perto de uma grande guerra, esse momento é o atual. Na noite desta quarta, farei uma live comentando estes últimos acontecimentos na região”, finalizou o professor.