
Um novo estudo publicado na revista ‘Science’ nesta quinta-feira (15) revela que o objeto celeste responsável pela extinção da maioria dos dinossauros há 66 milhões de anos era um asteroide, e não um cometa, como sugerido anteriormente. Segundo a pesquisa, o bólido se originou de uma área distante do Sistema Solar, localizada além da órbita de Júpiter.
O estudo foi conduzido por uma equipe de pesquisadores europeus liderada por Mario Fischer-Gödde, da Universidade de Colônia, que analisou a camada sedimentar produzida pelo impacto que formou a cratera de Chicxulub, no atual golfo do México.
Essa análise foi comparada a outros vestígios de impactos cósmicos semelhantes ocorridos na Terra desde sua formação, há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. A queda do asteroide, que possuía cerca de 10 quilômetros de diâmetro, provocou uma série de eventos catastróficos, como incêndios globais, anos de escuridão e a criação da imensa cratera.
Além disso, o impacto deixou uma fina camada de fragmentos do asteroide distribuída ao redor do planeta, rica em elementos do grupo da platina (PGE, na sigla em inglês), como irídio, rutênio e paládio. Esses elementos são raros na crosta terrestre, evidenciando a origem espacial da camada.

Contudo, alguns cientistas sugeriram que esses elementos químicos poderiam ter sido depositados por erupções vulcânicas massivas que ocorreram na mesma época, na região que hoje corresponde à Índia. Para esclarecer essa dúvida, Fischer-Gödde e sua equipe concentraram suas análises nos isótopos de rutênio, que variam conforme o tipo de meteorito.
A pesquisa mostrou que a maioria dos objetos de grande porte que atingiram a Terra no passado eram asteroides de silicatos, formados na mesma região do Sistema Solar que os planetas rochosos, como a Terra e Marte.
Entretanto, o meteorito que causou o impacto em Chicxulub era um asteroide carbonáceo, originado em uma região mais distante, além de Júpiter. Este evento raro resultou na colisão que extinguiu os dinossauros durante a Era Mesozoica.
Estima-se que mais de 60% das espécies de animais e plantas tenham sido exterminadas após o impacto, incluindo os dinossauros não avianos, grandes répteis marinhos, pterossauros e diversas outras formas de vida. A extinção em massa abriu caminho para a diversificação dos mamíferos, incluindo os ancestrais dos seres humanos, que passaram a ocupar novos nichos ecológicos.