Marçal ganhou carro de quadrilha bancária para passear; ex-integrante apoia candidatura

Atualizado em 26 de agosto de 2024 às 12:23
Pablo Marçal. Foto: Divulgação

O candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) fez parte de uma quadrilha especializada em fraudes bancárias, desmantelada pela Polícia Federal em Goiânia (GO) em 2005. De acordo com a investigação, além de capturar e-mails de vítimas para o grupo, ele utilizava carros cedidos pela organização para passear, segundo informações do Estadão.

A controvérsia ganhou força recentemente, à medida que adversários políticos e o público em geral começaram a questionar o passado do candidato. Documentos armazenados na 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia indicam que Marçal, então com 18 anos, estava envolvido em atividades ligadas à quadrilha, embora ele mantenha a versão de que apenas fazia manutenção em computadores e não obteve nenhuma vantagem financeira do esquema.

Relatórios de segurança de bancos, enviados à Polícia Federal, revelam que os valores subtraídos das contas das vítimas variavam entre R$ 95 e R$ 15 mil — valores que, corrigidos pela inflação, hoje equivalem a cerca de R$ 270 a R$ 43 mil. A investigação aponta que o coach era pago por um dos líderes da quadrilha e tinha acesso aos veículos do grupo para uso pessoal.

Policia Federal. Foto: Divulgação

Em sua defesa, Marçal insiste que foi processado de forma injusta durante 13 anos e que sua participação se limitava à prestação de serviços técnicos. No entanto, o caso reacende questões sobre a ética e a integridade do candidato, especialmente em um momento crucial de sua campanha eleitoral.

Ricardo Cozac, condenado a oito anos e nove meses de prisão no mesmo processo e identificado como o “principal cartãozeiro” da quadrilha, saiu em defesa de Marçal, alegando que as acusações contra ele são fruto de manipulações políticas e da imprensa.

Cocaína e PCC

Políticos próximos ao presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e articuladores informais da legenda de Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, estão sendo investigados por suspeita de trocar carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC), financiando o tráfico de drogas e dividindo os lucros.

A investigação da Polícia Civil aponta o envolvimento de Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e de Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, sócio de Escobar, ambos com ligações estreitas com Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB.

Escobar chegou a participar de eventos com a presença de Marçal, que se filiou ao PRTB em abril e teve sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo confirmada em maio.

Pablo Marçal e Leonardo Avalanche. Foto: reprodução