Quem são os mafiosos chineses que trabalham com a advogada de Deolane

Atualizado em 15 de setembro de 2024 às 16:59
Deolane Bezerra e Adélia de Jesus Soares. Foto: Divulgação

Na sexta-feira (13), novas revelações da investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ligaram a advogada Adélia de Jesus Soares, conhecida por sua atuação na defesa de figuras públicas como Deolane Bezerra, a um esquema de exploração ilegal de jogos de azar e lavagem de dinheiro envolvendo a máfia chinesa.

A máfia chinesa, que tem expandido suas operações no mercado de jogos de azar online no Brasil, contou com a colaboração de Adélia Soares, ex-BBB e advogada de destaque. De acordo com as investigações da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), a máfia asiática coordenou a abertura de empresas de fachada no Brasil para facilitar a lavagem de dinheiro oriundo de atividades ilícitas.

Adélia, que figura como administradora da empresa PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda., desempenhou um papel crucial nesse esquema. Os investigadores descobriram uma operação maciça envolvendo cassinos online e uma rede de empresas interpostas que funcionavam como instituições de pagamento.

A PlayFlow, registrada na Junta Comercial de São Paulo (JUC-SP) em 11 de julho de 2024, é um dos principais alvos da investigação. A empresa foi criada com documentos falsificados de uma entidade fictícia das Ilhas Virgens Britânicas, a Peach Blossom River Technology Ltd., e serviu para receber pagamentos de apostas ilegais.

Fuhao Liu, Mingyang Li e An Hu, os principais membros do grupo criminoso chinês, chegaram ao Brasil em 24 de maio deste ano com visto de turismo. Embora tenham deixado o país rapidamente, seu impacto foi significativo. A investigação revelou que o grupo substituiu empresas anteriores como a Okpayments e AnSpacePay por novas alternativas, como a PlayFlow, para continuar suas atividades ilegais.

Documentos de Fuhao Liu, Mingyang Li e An Hu. Foto: Divulgação

Adélia Soares, que também foi diretora da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Suzano e presidente da Comissão de Proteção e Defesa do Consumidor da OAB, negou conhecer os verdadeiros responsáveis pela PlayFlow e afirmou não ser a dona da empresa, apesar de constar como administradora no contrato social. Ela também começou a ignorar contatos e intimações da polícia.

Adélia foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa devido à sua participação na abertura da empresa de fachada. A conexão dela com o esquema facilita a exploração ilegal de jogos de azar e a ocultação dos verdadeiros operadores.

Embora não tenha sido diretamente acusada de lavagem de dinheiro, este crime está relacionado à operação da AnSpacePay, que usava CPFs de pessoas falecidas e operações fraudulentas para movimentar valores ao exterior.

Além de representar Deolane Bezerra, Adélia tem um histórico significativo no setor jurídico e é conhecida pelo trabalho em recuperar bens de luxo para seus clientes. Com 44 anos e casada com o engenheiro Alexandre Moraes de Assis, ela também possui uma residência em Orlando (FL), EUA.

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