Marçal pode ganhar dinheiro com a cadeirada? Por Moisés Mendes

Atualizado em 16 de setembro de 2024 às 9:14
O candidato à Prefeitura de SP Pablo Marçal – Foto: Reprodução

A cadeirada de Datena em Pablo Marçal, durante o debate na TV Cultura, cria um impasse para o sujeito que o apresentador chamou de bandidinho ladrão de banco.

Marçal vai se expor como uma vítima que apanhou de Datena, depois de ter se apresentado como um homem sem medos? Vai dizer que tentou reagir, mas foi contido?

Vai subir de novo o Pico dos Marins na Serra da Mantiqueira, num dia enfumaçado? É possível ganhar dinheiro com uma cadeirada?

O certo é que Marçal insistiu para que Datena repetisse o que fez no debate na Band, quando foi em direção ao tchutchuca do PCC, segundo Nunes, para agredi-lo a socos. Mas desta vez não contava com a cadeira.

A interrupção do debate deixou em aberto uma questão levantada pelo duelo imundo Ricardo Nunes x Marçal: qual dos dois é mais bandido e tem mais vínculos com o PCC? Qual dos dois tem mais vínculos com traficantes?

Marçal acusou Nunes de ser vinculado ao PCC, e Nunes respondeu dizendo que Marçal é quem tem conexões com o Primeiro Comando da Capital. É como se um dissesse para o outro: você é muito mais bandidão do que eu.

Marçal acusou Datena de assediar uma colega da TV, disse que Datena é Jack (sim, o estuprador), Boulos lembrou – com indiretas – que Nunes já foi acusado de violência doméstica, e Tabata Amaral e Marina Helena, depois da cadeirada, ficaram tricoteando, numa comovente conversa de tias da direita e extrema direita.

O incidente na Cultura cria um problema para os próximos debates até a eleição. É improvável que Datena retorne ao ringue com o mesmo ímpeto, mesmo que já tenha dito que não vai desistir. E passa a ser imprevisível a postura de Marçal a partir de agora.

A melhor intervenção no debate, que não funcionava direito pelo sistema adotado, talvez tenha sido a de Boulos, momentos antes da cadeirada, quando disse:

“Eu vou livrar São Paulo dos ratos. Aliás, quando a gente vê Ricardo Nunes e Pablo Marçal, um acusando o outro de ligação com o tráfico, eu acho até engraçado, porque nesse caso eu concordo com os dois”.

Só os traficantes podem esclarecer essa dúvida: quem, entre Nunes e Marçal, tem vínculos mais fiéis com a bandidagem de São Paulo, incluindo as máfias dos ônibus e das creches?

Pode ser uma pauta para o programa policial do próprio Datena, com a participação de Marçal e Nunes, mas sentados em pufes, como devem ser os próximos debates.

Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/