Encarregado da Embaixada do Líbano acusa Israel de promover terrorismo e crimes de guerra

Atualizado em 28 de setembro de 2024 às 21:07
George El Jallad. Foto: Divulgação

Durante uma entrevista ao Correio Brasiliense, George El Jallad, encarregado de Negócios da Embaixada do Líbano em Brasília, analisou o impacto do recente ataque massivo a Beirute e do assassinato do xeque Hassan Nasrallah, ocorrido na sexta-feira (27). Ele destacou que esses eventos aumentam a complexidade da situação no Oriente Médio e alertou para o risco real de uma escalada do conflito.

El Jallad acusou Israel de realizar ações que configuram terrorismo e crimes de guerra no Líbano. Segundo ele, uma eventual incursão terrestre das forças israelenses em território libanês poderá resultar em sérias violações do direito humanitário internacional. “Não posso ignorar a possibilidade de uma incursão terrestre israelense no Líbano, especialmente considerando a história de ataques a civis e crimes de guerra”, declarou.

O encarregado de Negócios também abordou o risco de uma escalada do conflito no Oriente Médio, afirmando que a continuidade da agressão israelense pode agravar a situação. “Se as partes tivessem concordado com um cessar-fogo em Gaza, o conflito não teria se espalhado para o Líbano e a Cisjordânia”, explicou.

Ele listou uma série de ataques israelenses, incluindo a destruição de aparelhos de telecomunicação em locais públicos, o uso de bombas de fósforo e o ataque a estruturas civis, resultando em numerosas mortes de civis, incluindo mulheres e crianças.

Ondas de fumaça saem de um local alvo de bombardeios na vila de Zaita, no sul do Líbano. Foto: Divulgação

El Jallad também discutiu a grave situação humanitária no sul do Líbano. Desde o início dos ataques israelenses, o número de mortos subiu para 1.540, com mais de 5.410 feridos. Ele mencionou a morte de dois jovens brasileiros, um garoto de 15 anos e uma jovem de 16 anos, que foram vítimas de ataques na semana passada. Além disso, a ONU perdeu funcionários durante os bombardeios.

O encarregado informou que cerca de 77.100 pessoas estão deslocadas internamente e abrigadas em centros temporários, e o sistema de saúde libanês está sob pressão devido ao elevado número de vítimas. O governo do Líbano fez um apelo por ajuda internacional para suprimentos médicos e medicamentos.

Em resposta à crise humanitária, El Jallad agradeceu à iniciativa da Fundação Unidos pelo Líbano, que busca arrecadar fundos para adquirir os medicamentos e insumos necessários, e convidou todos a acompanharem as informações sobre a campanha nas redes sociais da Embaixada.

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