Quais são os interesses por trás dos ataques de Tabata Amaral a Boulos em SP

Atualizado em 30 de setembro de 2024 às 5:37
Tabata Amaral em debate. Imagem: Renato Pizzutto/Band
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Neste sábado, 28, Tabata Amaral (PSB) adotou uma estratégia diferente no debate da Record TV. A candidata optou por atacar o adversário Guilherme Boulos (PSOL) em diversos momentos ao lembrar de tópicos com conceitos mais progressistas: a descriminalização do aborto e das drogas, por exemplo.

A deputada federal afirmou que Boulos “abriu mão de posicionamentos históricos”, mas que o PSOL manteve ideias que já tinha.

“Você dizia que era a favor da descriminalização das drogas, e agora é contra. Dizia que era a favor da legalização do aborto, e agora diz que defende a lei do jeito que está. Nessa semana, exatamente, mudou sua posição em relação à Venezuela e diz agora, finalmente, que é uma ditadura”, disse a candidata do PSB.

A estratégia foi condenada pelo representante do PSOL no final do debate.

“Que cada um tire suas conclusões, eu disputando com dois bolsonaristas para ir ao segundo turno em São Paulo, e a prioridade dela seja nos atacar”, disse.

A equipe de Boulos foi além e afirmou que a saída de Tabata Amaral tem a ver com o medo de perder votos para o candidato na reta final da disputa.

Como Bolous se desloca de ideias mais progressistas do PSOL para ganhar simpatia de novos eleitores, a deputada se coloca como a representante da “centro-direita” sem a histeria de Nunes e Marçal, mas com os mesmos ideais do liberalismo econômico.

Agendas que vão ao encontro dos interesses de seus  maiores doadores de campanha.

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos e Tábata Amaral. Imagem: reprodução.

Quem financia Tabata Amaral?

Além do valor enviado pelo fundo eleitoral do PSB, Tabata é apoiada por grandes empresários.

Edson Queiroz Neto e Guilherme Leal, por exemplo, doaram, cada um, R$ 200 mil a Tabata. Queiroz Neto é empresário do ramo industrial e Leal um dos fundadores da Natura.

O ex-CEO do Itaú Cândido Bracher e a irmã dele, Beatriz Sawaya Botelho Bracher também estão na lista de doadores, assim como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil, Helio Seibel, empresário do ramo do varejo, a advogada Cristina Sardenberg e ex-presidente da Porto Seguro, Jayme Garfinkel.

Conveniente lembrar que um primeiro serviço aos banqueiros Tabata já fez, quando, na Câmara, votou pela reforma da Previdência que entregou um polpudo filão de negócios ao setor ao tripudiar no capítulo da seguridade social, dificultando – em alguns casos tornando impossível – a aposentadoria pública.

Ao defender interesses do mercado, seja como deputada ou candidata em São Paulo, Tabata nega seu próprio discurso em defesa da cidadania e dos direitos, facilitando o caminho para a entrada e manutenção do fascismo na vida pública brasileira.