Líbano: o que é o “Eixo de Resistência” do Irã contra o massacre de Israel

Atualizado em 1 de outubro de 2024 às 11:32
Manifestantes fazem homenagem a Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em Bagdá; ele foi morto por Israel no último sábado (28) — Foto: West Asia News Agency / Reuters

Enquanto o Hezbollah é o mais poderoso e bem armado dos representantes do Irã, o chamado “eixo da resistência” se estende por uma ampla área. A Guarda Revolucionária do Irã e sua força de elite, a Força Quds, destinam milhões de dólares para armar e treinar grupos de milícias em todo o Oriente Médio, visando afirmar seu poder na região.

Esse eixo é uma parte fundamental da política externa do Irã, que busca desestabilizar “rivais” como Israel e Arábia Saudita. Por isso, o mundo aguarda para ver como o Irã responderá ao ataque de Israel contra o Hezbollah no Líbano.

Hezbollah

O Hezbollah tem sido uma preocupação crescente para Israel nas últimas semanas. A forte presença do grupo no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel, torna-o de enorme importância estratégica para Teerã.

No último fim de semana, o líder da facção política e militar xiita do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em ataques israelenses em Beirute. Nasrallah era um dos líderes mais influentes dentro do “eixo da resistência” iraniano, e sua morte representou um grande golpe para os grupos envolvidos.

Hamas e grupos palestinos

O Irã também financia o Hamas, e analistas apontam que o uso de drones pelo grupo para sobrecarregar o sistema de defesa Iron Dome de Israel no ataque de 7 de outubro comprova o envolvimento iraniano. No entanto, Teerã chegou a retirar temporariamente seu apoio financeiro ao Hamas quando este se posicionou a favor dos manifestantes anti-Assad na Síria durante a guerra civil.

Outros grupos palestinos, como a Jihad Islâmica Palestina, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), também recebem apoio financeiro do Irã.

Pic: West Asia News Agency / Reuters
Manifestantes erguem bandeiras do Hezbollah, Líbano e Palestina durante homenagem a Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em Bagdá. Foto: West Asia News Agency / Reuters

Grupos na Síria

Os serviços militares, de segurança e de inteligência do Irã há muito tempo oferecem assistência a seus aliados na Síria para sustentar o governo de Bashar al Assad.

Além de apoiar o exército de al Assad, o Irã dá suporte a várias milícias pró-governo como uma estratégia caso o regime venha a cair. Entre essas divisões apoiadas estão a Brigada Fatemiyoun, a Brigada Baqir, a Brigada Zainebiyoun e a Quwat al Ridha.

Iêmen e os Houthis

No Iêmen, o Irã utiliza os rebeldes Houthis como uma “força proxy” para colocar pressão sobre Israel e Arábia Saudita, seus dois principais rivais na região. Os Houthis são um dos três grupos que lutam pelo poder no Iêmen.

Em setembro, um míssil balístico disparado pelos Houthis atingiu o centro de Israel, com autoridades locais relatando que partes do míssil caíram em uma estação de trem e em uma área desabitada.