Marçal quer usar Tabata para vencer Nunes e Boulos na eleição; entenda

Atualizado em 1 de outubro de 2024 às 17:23
Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRT), candidatos em São Paulo. Foto: reprodução

O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) adotou uma estratégia curiosa em sua campanha eleitoral. Com o objetivo de chegar ao segundo turno, Marçal orientou seus cabos eleitorais a sugerirem a eleitores indecisos que, caso não optem por ele, votem em Tabata Amaral (PSB). A decisão é embasada por trackings da campanha que indicam um grupo de eleitores que não está disposto a votar no candidato do PRTB, mas que se divide entre Tabata, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

A orientação do político de extrema-direita visa a atrair eleitores que possam enfraquecer a campanha de Nunes, considerado seu principal adversário para chegar ao segundo turno. A estratégia, segundo a equipe de Marçal, seria mais eficaz ao redirecionar os votos indecisos para Tabata, o que também poderia tirar intenções de voto de Boulos.

Nas últimas pesquisas Quaest e Datafolha, Marçal apareceu em terceiro lugar, com 21% das intenções de voto em ambas. Nunes lidera com 24% e 27%, respectivamente, enquanto Boulos alcançou 23% e 25%. Embora a distância entre Marçal e Boulos seja menor, o candidato do PRTB acredita ter mais chances de superar Nunes no primeiro turno, o que acontece de acordo com a pesquisa Atlas, que o coloca a frente do prefeito, enquanto o pesolista lidera o pleito.

De acordo com o Datafolha, a convicção dos eleitores do atual prefeito é um ponto fraco que Marçal busca explorar. Apenas 16% dos apoiadores de Nunes se dizem firmes em sua decisão, enquanto 37% dos eleitores de Boulos afirmam estar convictos de seu voto. Essa diferença faz com que Marçal veja mais possibilidades de conquistar eleitores de Nunes, aproveitando o alto número de indecisos.

Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), candidatos à Prefeitura de São Paulo. Foto: Reprodução

No entanto, um dos desafios da campanha de Marçal é lidar com a resistência de parte do eleitorado. De acordo com os levantamentos internos, muitos eleitores que não estão totalmente convencidos a votar em Nunes ou Boulos também rejeitam Marçal devido ao seu perfil considerado radical. Com isso, a alternativa encontrada foi tentar atrair esse grupo para Tabata Amaral, fortalecendo a candidata do PSB.

A tática de Marçal pode ainda ajudar a evitar que Tabata perca votos nos momentos finais da campanha, algo que favoreceria Nunes e Boulos. A intenção é criar uma “onda” de apoio à candidata do PSB, consolidando sua posição e, ao mesmo tempo, minando a força de seus principais adversários.

Essa movimentação explica o comportamento de Marçal no último debate promovido pelo UOL e pela Folha de S.Paulo. Em vez de concentrar seus ataques apenas em Nunes e Boulos, o candidato do PRTB fez questão de elogiar Tabata Amaral, destacando a “inteligência” e os planos de governo da concorrente.

Ao fazer isso, Marçal busca se apresentar como um candidato estratégico, capaz de influenciar a disputa eleitoral e, ao mesmo tempo, ampliar seu campo de alianças.

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