Bolsonaristas contra Paes, ‘pirraça’ e ‘cavalão taradão’: tudo sobre o último debate no Rio

Atualizado em 4 de outubro de 2024 às 9:33
Eduardo Paes (PSD), Alexandre Ramagem (PL), Marcelo Queiroz (PP), Tarcísio Motta (PSOL) e Rodrigo Amorim (União Brasil), os cinco principais candidatos à prefeitura do Rio. Foto: reprodução

Os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim (União Brasil) e Alexandre Ramagem (PL), ambos representantes do bolsonarismo na capital fluminense, fizeram uma dobradinha contra Eduardo Paes (PSD) durante o debate promovido pela TV Globo na noite desta quinta-feira (3).

A dupla atacou Paes usando temas comuns ao grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como aborto, liberação de drogas, e insinuando a participação do prefeito em esquemas de corrupção investigados pela Lava Jato.

As estratégias de Paes e Ramagem se mantiveram constantes ao longo do debate, que foi o último antes do primeiro turno.

O atual prefeito, Paes, associou Ramagem à política de segurança pública do governador Cláudio Castro (PL), afirmando: “No dia em que foram divulgados os últimos índices de segurança pública, o senhor estava ao lado do seu padrinho, o governador Cláudio Castro, que é quem comanda a segurança pública, no Rock in Rio.”

Ramagem respondeu, minimizando pela primeira vez o apoio de Castro e focando em Bolsonaro: “Eu não tenho padrinho Cláudio Castro. Eu sou liderado por Jair Messias Bolsonaro,” disse, criticando a gestão do governador. “É uma gestão medíocre. Tem muito a se fazer.”

Outro ponto abordado pelos candidatos foi o apoio do presidente Lula (PT) ao atual prefeito. Ramagem acusou Paes de “esconder Lula atrás do armário,” dizendo: “É um presidente contra o povo.” Paes, seguindo sua estratégia, evitou nacionalizar o debate e relativizou seu apoio ao petista: “Eu sou aliado do presidente Lula, mas não somos iguais. Trabalhamos juntos.”

 

Publicado por @metropoles
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Durante o debate, Rodrigo Amorim também relembrou o episódio ocorrido em uma escola municipal, onde, segundo ele, houve uma apresentação envolvendo um “cavalo taradão”. Em resposta, Paes destacou que, ao tomar conhecimento do ocorrido, adotou medidas imediatas e demitiu a diretora da escola.

“Esquecemos algo pitoresco, um episódio lamentável. O cavalo tarado, um espetáculo de sensualidade para crianças das mais tenras idades. Um espetáculo em que um cavalo dançava de forma sensual para crianças. Levou um espetáculo de sexo para entro da sala de aula. Espetáculo sensual para crianças de seis anos”, disse Amorim.

Além de Ramagem, Amorim e Paes, também participaram do debate os candidatos Marcelo Queiroz (PP) e Tarcísio Motta (PSOL).

Bastidores

Nos bastidores, Ramagem tentou levar o ex-presidente Jair Bolsonaro ao debate, mas não conseguiu convencê-lo. No entanto, Carlos Bolsonaro acompanhou Ramagem junto a um assessor de comunicação. Carlos chegou a alertar Ramagem para não consumir nada oferecido no local, alegando que “poderia estar envenenado.”

Já a equipe de Rodrigo Amorim estava apreensiva sobre sua participação no debate, preocupada com a possibilidade de o deputado estadual ultrapassar limites e terminar com advertências ou até ser expulso. Para evitar isso, Amorim passou dias recebendo orientações para não infringir as regras, especialmente o veto ao uso de apelidos.

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Eduardo Paes, Alexandre Ramagem, Marcelo Queiroz, Tarcísio Motta e Rodrigo Amorim durante o debate da TV Globo. Foto: reprodução

Na véspera do debate, a equipe tentou dissuadi-lo de chamar Paes de “nervosinho,” apelido que apareceu em uma delação da Lava Jato e que Paes sempre negou.

Durante os treinos para o debate, Amorim insistiu na ideia e chegou a treinar sozinho, sem os assessores, mas acabou desistindo de atacar Paes com o apelido diretamente, embora tenha mencionado que o prefeito estava “nervoso” em algumas ocasiões.

O debate também teve um momento inusitado quando o candidato Marcelo Queiroz tentou entrar no estúdio com sua cadela Rufina. O animal foi barrado pela produção, e mesmo com a tentativa de sua vice, Teresa Bergher (PSDB), de convencer a equipe a deixá-la levar a cadela no colo, a entrada de Rufina não foi permitida.