SP: acostumados com falhas, moradores buscam alternativas para driblar falta de luz

Atualizado em 12 de outubro de 2024 às 19:06
Funcionário da Enel na tentativa de reestabelecer energia no Jardim Celeste. Foto: Paulo Eduardo Dias/Folhapress

Com a interrupção de energia elétrica em São Paulo, muitos moradores estão recorrendo a alternativas criativas para lidar com o apagão. Alberto Gomides, professor de inglês e tradutor, precisou sair de casa na Aclimação para carregar seu celular em um McDonald’s no bairro da Liberdade.

Ele dava uma aula online quando a tempestade atingiu a cidade na sexta-feira (11) e, desde então, ficou sem luz. “Achei que a energia voltaria logo, mas estou sem esperanças, já aconteceu antes”, comenta Gomides, que agora depende da ajuda de amigos para cumprir seus compromissos de trabalho.

Rafaela Maurer, moradora de Pinheiros, enfrenta ainda mais dificuldades, já que seu bebê recém-nascido está em casa após três meses na UTI. Na falta de luz por 15 horas forçou ela e o marido a se adaptar usando lanternas e velas para cuidar do filho.

No apagão do ano passado, o casal perdeu todos os alimentos da geladeira, e desta vez adotaram uma estratégia para evitar maiores prejuízos: não abrir o refrigerador. “Com um recém-nascido, qualquer mudança na rotina é complicada, estamos nos virando como podemos”, explica Rafaela.

Em outras regiões da cidade, moradores também enfrentam desafios semelhantes. No Campo Limpo, a cozinheira Laís Carvalho relatou que, apesar da luz ter voltado por volta das 4h da manhã, uma árvore caiu em cima de sua casa durante a tempestade.

Queda de árvore na Avenida Lauro Gomes, em Santo André, na Grande São Paulo. Foto: Abraão Cruz/Reprodução

Felizmente, ela não teve grandes prejuízos desta vez, ao contrário do apagão do ano passado, quando sua geladeira ficou danificada e ela perdeu parte dos alimentos. “Desta vez, me senti mais preparada, mas o medo de perder tudo novamente é real”, afirma Laís.

Sem previsão exata para a volta total da energia, muitos moradores de São Paulo seguem sem luz, e a Enel não consegue garantir quando a situação será normalizada. Em entrevista coletiva, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, evitou dar um prazo definitivo para o reestabelecimento completo. “Ainda temos muitas informações chegando, por isso não posso dar uma previsão que não seja concreta”, justificou.

Com mais de 1,6 milhão de pessoas afetadas pelo apagão, muitas famílias recorrem a parentes e amigos para buscar abrigo ou carregar eletrônicos essenciais. A falta de luz por mais de 14 horas em muitas regiões trouxe dificuldades no dia a dia, mas também evidenciou a resiliência dos paulistanos, que aprenderam a lidar com essas situações a partir de experiências anteriores.

O temporal que atingiu São Paulo provocou a queda de 17 linhas de alta tensão e deixou um rastro de destruição. Enquanto a Enel mobiliza equipes de outras regiões para tentar normalizar o fornecimento de energia, a população continua adotando estratégias para sobreviver sem eletricidade, sem expectativas de uma solução rápida. As informações são da Folha de S. Paulo.

Conheça as redes sociais do DCM:

Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line