OnlyFans: Mulheres denunciam abusos e gravações de sexo forçadas para a internet

Atualizado em 23 de novembro de 2024 às 17:31
Plataforma do OnlyFans. Foto: Divulgação

Uma investigação da Reuters expôs casos alarmantes de tráfico sexual envolvendo o OnlyFans, plataforma de conteúdo adulto amplamente conhecida. Relatos de vítimas e processos judiciais revelam que mulheres foram forçadas, drogadas e abusadas para produzir vídeos vendidos no site, que compartilha 80% das receitas com os criadores de conteúdo.

Em Wisconsin, uma mulher de 23 anos conseguiu escapar após dois anos de abusos e exploração sexual por parte de seu namorado, Austin Koeckeritz. Ele a manteve em cativeiro, obrigando-a a gravar atos sexuais para publicação no OnlyFans.

A jovem relatou que sofria constantes ameaças e agressões. Hoje, Koeckeritz cumpre uma pena de 20 anos de prisão por tráfico sexual. “Estava basicamente presa neste quarto para continuar ganhando dinheiro para ele”, afirmou a vítima em um bilhete que ajudou a polícia a localizá-la.

A National Human Trafficking Hotline destacou que plataformas como o OnlyFans oferecem um ambiente privado para que traficantes atuem sem levantar suspeitas, dificultando a identificação de crimes. A Reuters identificou pelo menos 11 casos de mulheres nos Estados Unidos que alegam ter sido forçadas a criar conteúdo sexual para a plataforma.

Plataforma do OnlyFans. Foto: Divulgação

Especialistas explicam que as vítimas geralmente são manipuladas emocionalmente, ameaçadas ou agredidas fisicamente para garantir que permaneçam produzindo conteúdo. Em muitos casos, elas relutam em denunciar os agressores por medo ou trauma.

O OnlyFans afirma que exige consentimento por escrito para a publicação de conteúdo e que implementou novos sistemas de verificação em 2022. Porém, críticos apontam falhas na aplicação dessas políticas, com casos de exploração ocorrendo mesmo após as mudanças.

Além disso, o site enfrenta processos judiciais nos Estados Unidos. Um deles acusa a empresa de lucrar com vídeos de exploração sexual de duas mulheres em Nevada. O OnlyFans nega envolvimento direto nos crimes e invoca proteções legais para plataformas digitais baseadas na liberdade de expressão.

Embora o OnlyFans se apresente como um espaço seguro para criadores de conteúdo, os casos destacados pela investigação mostram que há lacunas na prevenção e detecção de abusos. Organizações de combate ao tráfico sexual pedem maior transparência e fiscalização para evitar que a plataforma seja usada como ferramenta de exploração.

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