Robôs de armazém enfrentam desafios ao tentar substituir trabalhadores humanos

Atualizado em 24 de novembro de 2024 às 17:46
Robôs em uma instalação da DHL. Foto: Divulgação

A automação tem ganhado cada vez mais espaço nos armazéns, com robôs realizando tarefas que antes eram exclusivas dos seres humanos. Em um depósito da Amazon, perto de Nashville, um braço robótico chamado Cardinal empilhava pacotes com a precisão de um jogo de Tetris, enquanto a plataforma autônoma Proteus movia os carrinhos de carga para os compartimentos apropriados, mostrando que a automação já faz parte da rotina do setor logístico.

Os robôs estão assumindo um número crescente de tarefas nos armazéns, como carregar e descarregar caminhões, organizar mercadorias em paletes e movimentar itens no chão de grandes depósitos. A Amazon, por exemplo, já utiliza mais de 750 mil robôs em suas operações, ajudando a processar pedidos com mais eficiência.

Tye Brady, tecnólogo chefe da Amazon Robotics, destaca que os robôs podem executar tarefas repetitivas e pesadas, mas ainda há limitações, especialmente em tarefas mais complexas que exigem flexibilidade e inteligência contextual, como a “coleta direcionada” de itens. Apesar dos avanços, os robôs ainda têm dificuldades em tarefas como encontrar e retirar itens escondidos ou enterrados no fundo de um contêiner.

O Sparrow, um dos braços robóticos mais avançados da Amazon, é capaz de manipular mais de 200 milhões de itens, mas ainda não consegue realizar uma coleta eficiente de objetos difíceis de alcançar. Tye Brady admite que isso representa “a próxima fronteira” para os robôs no setor de armazéns.

Uma das principais motivações para a adoção de robôs em armazéns é a alta rotatividade de funcionários, já que o trabalho em depósitos pode ser fisicamente exigente e com salários relativamente baixos. Os salários dos trabalhadores menos qualificados no setor variam entre US$ 16 a US$ 17 por hora.

Robôs em uma instalação da DHL. Foto: Divulgação

Nesse contexto, robôs como o Stretch, desenvolvido pela Boston Dynamics, têm sido uma solução eficaz para tarefas como descarregar caminhões e mover pacotes pesados, substituindo a necessidade de múltiplos trabalhadores humanos.

Embora os robôs estejam desempenhando um papel crescente nas operações, as empresas afirmam que a automação também cria novos postos de trabalho. Na Amazon, por exemplo, há cerca de 200 funcionários responsáveis pela manutenção dos robôs em suas instalações, mesmo com a presença de mais de 2.500 trabalhadores em cada centro de distribuição.

De acordo com a empresa, a automação tem permitido processar pacotes de forma mais rápida e barata, aumentando a produtividade geral. Enquanto o aumento da automação traz benefícios claros em termos de eficiência, a substituição total de seres humanos em armazéns ainda é um processo complexo.

Muitos robôs ainda não têm a agilidade e a inteligência necessárias para realizar tarefas variadas de maneira autônoma. No entanto, como destacam especialistas, o setor de logística está se adaptando e os robôs, como os desenvolvidos pela ABB e Fox Robotics, continuam a evoluir, aproveitando tecnologias de inteligência artificial e sensores avançados para superar obstáculos.

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