Como é a vida de brasileiros na Islândia com jornada de trabalho reduzida

Atualizado em 25 de novembro de 2024 às 15:26
Pietro Pirani e Kellen Bull, sua esposa, brasileiros que moram na Islândia. Foto: Divulgação

Brasileiros que vivem na Islândia, onde a jornada de trabalho semanal é reduzida, têm elogiado o regime local. A maioria dos trabalhadores do país possui uma carga de 36 horas semanais e as regras são definidas em negociações coletivas com sindicatos.

O Ministério dos Assuntos Sociais e do Trabalho da Islândia aponta que a jornada de 36 horas permite que muitos funcionários trabalhem 7h e 12 minutos por dia ou oito horas em quatro dias e uma sexta-feira mais curta, de quatro horas.

“No Brasil, eu via a vida passando durante a semana e, no fim de semana, tinha que escolher entre descansar ou fazer alguma coisa. Aqui, a gente consegue fazer coisas mesmo durante a semana, depois do trabalho. Eu parei de só ver a vida passar”, afirmou o brasileiro Pietro Pirani, que trabalha em uma agência de publicidade do país, ao g1

A redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário na Islândia começou a ser implementada em 2015. Na ocasião, autoridades queriam avaliar se a redução do tempo de serviço poderia aumentar a produtividade.

Míriam Guerra, que mora na Islândia há 21 anos, e sua família. Foto: Divulgação

Miriam Guerra Masson, brasileira que vive há 21 anos no país, participou dos testes iniciais quando trabalhava no Departamento de Imigração.

“O serviço diminuiu de 40 para 36 horas por semana. Na sexta-feira, o atendimento ao público passou a fechar mais cedo. Mas, em outros setores, não era uma coisa marcada, a gente que decidia quando ia sair antes, só tinha que avisar com antecedência”, relata.

Aproximadamente 86% dos trabalhadores do país trabalham com uma jornada reduzida atualmente, segundo estudo publicado em 2021 pelo instituto The Autonomy, no Reino Unido. Os pesquisadores apontam que o experimento foi um “sucesso esmagador”.

O relatório do instituto aponta que a produtividade do trabalho cresceu 1,5% nos últimos cinco anos e que a economia permaneceu forte, com baixas taxas de desemprego e um aumento do turismo.

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