
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (25/11) que não houve qualquer iniciativa para planejar o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), ou do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Indiretamente, Bolsonaro confessou que o plano existia, mas não foi executado.
“Na minha avaliação, nada foi iniciado. Não podemos agora querer punir o crime de opinião ou de pensamento”, declarou o ex-presidente.
Na última terça-feira (19/11), a Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF), prendeu quatro militares e um agente da corporação, acusados de elaborar um plano para executar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Entre os detidos está o general da reserva Mário Fernandes, que ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro e trabalhou como assessor parlamentar do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde.
O grupo batizou o esquema como “Punhal Verde e Amarelo”. Segundo as investigações, as articulações começaram em novembro de 2022, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais, e avançaram até dezembro. Os militares envolvidos lideravam um plano que culminaria em um golpe de Estado apelidado de “Copa 2022”.
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito aponta que o grupo tinha como objetivo manter o ex-presidente no poder, mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro chegou a Brasília após uma viagem a Alagoas, onde esteve reunido com Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, durante sua passagem pelo Nordeste.
O indiciamento de Bolsonaro também trouxe repercussões no Congresso Nacional, especialmente na tramitação do Projeto de Lei (PL) que propõe anistia aos participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O avanço do PL da Anistia já havia sido comprometido após o ataque de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que lançou explosivos contra a sede do STF e teve seu carro destruído por uma explosão no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados.