O ex-candidato a vereador José Cabral Neto, de 27 anos, conhecido como Zé Ceará (PT), foi encontrado morto no Rio Itajaí-Açu, em Rio do Sul (SC), no Vale do Itajaí. A cidade ficou conhecida nas últimas semanas após a morte de Tiü França, bolsonarista que tentou explodir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O corpo de José foi localizado em 20 de novembro, mas a identidade foi confirmada apenas nesta terça-feira (3), segundo o delegado Bruno Reis, que conduz a investigação.
O petista desapareceu no dia 1º de novembro após uma ligação à esposa, Damiana Elói Pereira, em que pediu ajuda, alegando estar sendo abordado por homens. Ele havia se candidatado a vereador pelo PT na última eleição municipal e recebeu apenas 19 votos.
Segundo o delegado, a perícia não encontrou sinais de violência no corpo, e a causa da morte foi classificada como indeterminada. “A investigação ainda está em andamento para esclarecer se houve ou não um crime”, afirmou Bruno Reis.
Damiana relatou que, durante a ligação, o marido parecia nervoso e insistiu para que ela voltasse para casa rapidamente. “Ele pediu ajuda e disse para eu ir logo, mas eu estava no trabalho e só podia sair no horário de sempre”, explicou. Ao chegar em casa naquela noite, encontrou latas de cerveja no portão, mas José Cabral não estava.
Nos dias seguintes, a família intensificou as buscas. A mãe de Zé Ceará registrou um boletim de ocorrência em 2 de novembro, e Damiana fez outro registro no dia 4. Durante as buscas, uma vizinha encontrou a carteira dele perto da residência do casal.
O desaparecimento de Zé Ceará gerou comoção na cidade, especialmente entre membros do diretório local do PT, que emitiram nota lamentando a perda. “Estamos profundamente consternados com a morte do companheiro Zé Ceará. Prestamos nossas condolências aos familiares e amigos neste momento tão difícil”, declarou o partido.
Na mesma semana em que o corpo do ex-candidato foi encontrado, o bolsonarista Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França morreu em Brasília após fracassar no objetivo de matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Nas eleições municipais anterior ele foi candidato a vereador pelo Partido Liberal, o mesmo de Bolsonaro.
Nos dias seguintes, Daiane Dias, também bolsonarista e ex-mulher de França, ateou fogo na casa onde eles moraram juntos. Vítima de queimaduras, ela ficou internada por 16 dias e faleceu na última terça-feira (3).
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