Vereadora equipara vítimas de violência no lar a agressores: “Quem é mais doente?”

Atualizado em 5 de dezembro de 2024 às 22:58
Vereadora Sirana Bosonkian (PDT) falando em microfone e segurando papel
Vereadora Sirana Bosonkian (PDT) – Reprodução

A vereadora Sirana Bosonkian (PDT), da Câmara Municipal de Guarujá, no litoral de São Paulo, causou polêmica ao comparar vítimas de feminicídio a seus agressores durante a 38ª sessão ordinária, realizada na terça-feira (3).

Apesar de afirmar ser contra crimes de violência doméstica, a parlamentar declarou que, ao não denunciar as agressões, as mulheres envolvidas seriam “doentes” assim como os agressores.

Sirana abordou o tema em discurso no plenário, solicitando espaço ao presidente da Câmara para tratar de casos recentes de feminicídio envolvendo duas jovens na cidade. Durante sua fala, ela questionou: “Vamos falar o seguinte: quem é o pior? Quem que é o mais doente… ele que bate ou ela que aceita a agressão e não faz nada? Quem seria o pior, ela que não sai de casa e não denuncia?”.

A vereadora ainda provocou outro questionamento: “O que faz uma mulher gostar de uma coisa dessas?”.

A declaração gerou forte repercussão negativa nas redes sociais, com críticas vindas de diversas frentes. Em resposta, a vereadora publicou um vídeo no Instagram pedindo desculpas: “Quero pedir desculpas às famílias das vítimas e a todos que se sentiram ofendidos. Não quis ofender, não estou entendendo toda essa manifestação. Talvez tenham faltado palavras no meio do discurso”.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelam que um feminicídio é registrado a cada seis horas no Brasil. Esse tipo de crime é caracterizado pelo assassinato de uma mulher motivado pelo gênero da vítima. Muitas mulheres que vivem em situação de violência doméstica enfrentam obstáculos como medo, dependência financeira, emocional ou preocupações com os filhos, o que dificulta a denúncia dos agressores.

Casos de violência podem ser denunciados pelo telefone 180, o número da Central de Atendimento à Mulher. Segundo o governo federal, o serviço é gratuito, funciona 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados, e garante anonimato. Além disso, todas as denúncias recebem um número de protocolo para acompanhamento.

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