PSOL pede ao Ministério da Defesa a extinção dos “kids pretos”

Atualizado em 14 de dezembro de 2024 às 18:29
Militares das Forças Especiais (FE) em treinamento. Apelido “Kids pretos” é dado devido ao gorro preto. Foto: reprodução

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados vai enviar um ofício ao Ministério da Defesa solicitando a extinção do batalhão das Forças Especiais do Exército, os “kids pretos”. Além disso, os parlamentares pretendem apresentar um requerimento de informações para detalhar o funcionamento e as atividades desses batalhões especiais, conforme informações da CNN Brasil.

Os “kids pretos” são militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar em missões sigilosas, ambientes hostis e politicamente sensíveis.

Esses militares fazem parte da elite das Forças Armadas e recebem o apelido devido ao uso de gorros pretos em operações. Eles são especializados em guerra não convencional, reconhecimento especial, operações contra forças irregulares e contraterrorismo.

Segundo membros do PSOL, os textos dos pedidos serão finalizados durante o fim de semana e enviados na segunda-feira (16).

O ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado de Mário Fernandes, um dos membros dos “Kids pretos” preso pela PF. Foto: reprodução

A iniciativa ocorre no contexto da prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro, que foi detido pela Polícia Federal (PF) neste sábado (14) sob a acusação de envolvimento no planejamento de um golpe de Estado após as eleições de 2022.

De acordo com depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Braga Netto teria entregado dinheiro a um militar identificado como “kid preto” para financiar ações golpistas.

“O general repassou diretamente ao então major Rafael de Oliveira, dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, afirma a decisão do STF que determinou a prisão do general.

Conforme relatório da PF, integrantes desse grupo seriam responsáveis pela execução de um plano para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).