
José Marcos de Moura, preso no último dia 10 em uma operação da Polícia Federal (PF) que mirou um esquema de fraudes em licitações e desvio de emendas parlamentares, é membro da executiva nacional da União Brasil e próximo de ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do partido.
Conhecido como “rei do lixo”, o empresário é sócio da irmã de ACM Neto em um avião, segundo a colunista Malu Gaspar, do Globo. Em 2022, Renata de Magalhães Correia comprou de Moura 33,4% da propriedade de um jato Hawker 400 por R$ 1 milhão, conforme registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A aeronave também possui uma cota de 33,3% de João Gualberto, ex-prefeito de Mata de São João (BA) e aliado próximo de ACM Neto.
O avião, segundo membros do partido, teria sido utilizado pelo político durante sua campanha ao governo da Bahia. Na declaração de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ACM Neto detalhou apenas a contratação de duas companhias de táxi aéreo.

Moura também é íntimo do dirigente da legenda, Antonio Rueda, e exerce influência na administração do sucessor e correligionário do ex-prefeito de Salvador, Bruno Reis.
O empresário é apontado pela PF como parte do núcleo central de uma quadrilha que teria desviado R$ 1,4 bilhão nos últimos quatro anos em emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS). Só neste ano, os contratos superfaturados somaram R$ 800 milhões.
De acordo com a PF, Moura foi responsável pela cooptação de servidores públicos com pagamento de propina para a assinatura de contratos com prefeituras. A quadrilha usava empresas de fachada para lavar o dinheiro.