
A cúpula do Exército considera que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), deixou de ser o principal problema para a imagem dos militares, segundo informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Para os militares, as investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe indicam que o papel de Mauro Cid foi limitado a um “tráfico de influência”, enquanto outros militares assumiram posições centrais na trama de ruptura institucional.
Entre os oficiais de alta patente, os generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes são vistos como os maiores responsáveis pelos desgastes à imagem do Exército. Ambos estão presos preventivamente, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O plano de assassinato envolvendo o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes, arquitetado por Mário Fernandes, e as denúncias de Braga Netto transportando dinheiro em caixas de vinho para financiar ataques são apontados como os episódios mais constrangedores para a instituição.
Além disso, a Polícia Federal revelou que Braga Netto teria tentado acessar informações sobre o conteúdo da delação premiada de Mauro Cid.
A subserviência de Mauro Cid a Jair Bolsonaro já era alvo de críticas dentro do Exército, mesmo quando ele ocupava o cargo de ajudante de ordens do então presidente. Atualmente, a percepção dentro das Forças Armadas é que os problemas relacionados à imagem da instituição transcenderam o tenente-coronel e estão concentrados nos dois generais que seguem presos.