O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, reafirmou a soberania do país sobre o Canal do Panamá, após declarações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ameaçou retomar o controle da hidrovia.
Em um vídeo publicado nas redes sociais no domingo (22), Mulino afirmou que a soberania e a independência do Panamá “não são negociáveis” e que o tratado de 1977, que reconheceu a soberania do Panamá sobre o canal, deve ser respeitado por todas as partes envolvidas.
“A soberania e independência do nosso país não são negociáveis”, declarou Mulino, enfatizando o compromisso do Panamá em preservar uma relação respeitosa com os Estados Unidos, mas sem abrir mão de sua autoridade sobre a importante via navegável.
Mulino também ressaltou que o Panamá busca continuar a boa relação com o novo governo dos EUA, mas acredita que questões de segurança, como migração ilegal, tráfico de drogas e crime organizado, devem ser prioridades na agenda bilateral. “Esses são problemas reais que afetam nossos países e precisam de nossa atenção”, acrescentou o presidente.
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— José Raúl Mulino (@JoseRaulMulino) December 22, 2024
O comentário de Mulino ocorreu após uma série de posts de Trump nas redes sociais, no sábado (21), em que o presidente eleito acusou o Panamá de cobrar taxas “exorbitantes” para atravessar o Canal do Panamá e ameaçou retomar o controle da via.
Trump, que se referiu a um tratado de 1977 assinado pelo então presidente Jimmy Carter, sugeriu que a concessão do canal ao Panamá deveria ser reconsiderada, argumentando que a China teria ganho uma influência crescente na região.
Trump também afirmou que os EUA têm um “interesse adquirido” na operação do canal e que as taxas cobradas pelo Panamá para a passagem de navios operados por empresas e militares americanos seriam excessivas.
O Canal do Panamá, que conecta o Oceano Atlântico ao Pacífico, é uma das principais rotas comerciais do mundo e desempenha um papel vital na economia global. O tratado de 1977, assinado por Jimmy Carter, transferiu o controle do canal para o Panamá em 1999, encerrando décadas de administração dos Estados Unidos sobre a via.
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