
O advogado José Luis Oliveira Lima, que representa o general Walter Braga Netto, afirmou nesta quinta-feira (27) que seu cliente não fará um acordo de delação premiada. Em entrevista à GloboNews, ele negou qualquer envolvimento do militar em atos golpistas, classificou o tenente-coronel Mauro Cid como “mentiroso contumaz” e criticou a condução das investigações.
Segundo Oliveira Lima, Braga Netto, preso preventivamente desde 14 de dezembro, “jamais participou de qualquer reunião ou ato referente a golpe”. A defesa insiste que o general é alvo de acusações baseadas em depoimentos imprecisos e argumenta que ele não cometeu crime algum.
José Luis Oliveira Lima, advogado de Braga Netto, nega delação premiada do general: “Ele não tem como usar esse meio de defesa porque não praticou crime nenhum”.
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— GloboNews (@GloboNews) December 27, 2024
A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é apontada como um dos principais elementos que levaram à prisão de Braga Netto.
Em repostas, o advogado do general acusa Cid de mentir reiteradamente em seus depoimentos. “Ele prestou onze depoimentos, mentiu e tentou corrigir a mentira. É um mentiroso contumaz”, declarou Oliveira Lima.
A defesa ainda afirma não ter tido acesso integral ao acordo de delação de Cid, o que, segundo o advogado, compromete o direito ao contraditório. Como estratégia, o advogado anunciou que pedirá uma acareação entre o delator e o general.

Na última quinta-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de revogação da prisão preventiva de Braga Netto. O magistrado concordou com a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou que não houve mudanças no cenário que justificassem a liberdade do general.
“A permanência dos motivos que fundamentaram a decretação da prisão preventiva e a inexistência de fatos novos que alterem o quadro fático-probatório que embasou a medida” foram determinantes para a decisão, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A Polícia Federal alega que a liberdade de Braga Netto poderia representar risco à ordem pública e às investigações sobre a trama golpista. Os advogados do general, por outro lado, classificam a prisão como “severa” e baseada em “suposições ilógicas e desconectadas da realidade”.
Braga Netto é acusado de obstruir investigações relacionadas à tentativa de golpe que buscava manter Jair Bolsonaro no poder. Ele é o primeiro general de quatro estrelas preso preventivamente no Brasil, marco que reforça a gravidade das acusações.
Além disso, a defesa de Braga Netto critica a decisão de manter preso o general Mário Fernandes, acusado de planejar atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro Moraes.
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