“Bolo envenenado”: Suspeita deixou recado em cela antes de ser encontrada morta

Atualizado em 13 de fevereiro de 2025 às 22:40
Deise dos Anjos quando foi depor na delegacia de Torres, saindo de carro algemada
Deise dos Anjos quando foi depor na delegacia de Torres – Vítor Rosa/RBS TV

Deise Moura dos Anjos, investigada pela morte de três pessoas da família do marido após o consumo de um bolo de frutas cristalizadas envenenado com arsênio, foi encontrada sem vida dentro da cela. Antes de sua morte, a suspeita deixou um bilhete, segundo informou o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil, em entrevista à RBS TV nesta quinta-feira (13).

“Ela deixou um escrito, que nós estamos apurando ainda detalhes, no local. Tipo um desabafo, se dizendo inocente, dizendo que era uma pessoa que estava em sofrimento, em depressão”, afirmou Sodré.

Deise estava presa temporariamente desde 5 de janeiro e passou um mês no Presídio Estadual Feminino de Torres. Sua prisão foi prorrogada pela Justiça e, em 6 de fevereiro, foi transferida para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba por questões de segurança.

Circunstâncias da morte

A suspeita estava sozinha na cela e vestia o uniforme da unidade prisional. A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) investigam as circunstâncias do ocorrido, e a principal hipótese é suicídio.

De acordo com informações da administração do presídio, um dia antes do ocorrido, houve um alerta sobre o risco de Deise tirar a própria vida. Um advogado da família do marido visitou a unidade prisional e informou que o homem havia formalizado o pedido de divórcio. Após receber a notícia, ela teria apresentado alterações no comportamento.

A Polícia Penal informou que Deise recebeu três atendimentos psicológicos e dois acompanhamentos com a equipe de saúde. Além disso, a rotina de inspeção do presídio é permanente, com revistas diárias nas celas.

Montagem de fotos de bolo e Deise
Bolo envenenado e Deise Moura dos Anjos – Reprodução

Relembre o caso do bolo envenenado

A investigação aponta que sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, alguns dias antes do Natal. Após comerem fatias do bolo, começaram a passar mal.

Zeli dos Anjos, sogra de Deise e apontada como o principal alvo do envenenamento, preparou o bolo em Arroio do Sal e levou para Torres. Ela também precisou ser hospitalizada, mas sobreviveu e recebeu alta em janeiro deste ano.

Três mulheres morreram poucas horas depois do consumo do doce. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva sofreram paradas cardiorrespiratórias, segundo relatório médico. Já Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte um “choque pós-intoxicação alimentar”.

Uma criança de 10 anos que também comeu o bolo sobreviveu e recebeu alta hospitalar. De acordo com o delegado Marcus Veloso, a sogra de Deise, Zeli dos Anjos, era a principal vítima planejada no envenenamento.

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Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.