
A juíza federal argentina María Servini de Cubría cuidou, nos últimos anos, de processos sobre a investigação de mais de 40 desaparecidos políticos na ditadura argentina.
Foi ela quem determinou a prisão domiciliar do ex-ministro da Marinha Emílio Massera e de outros militares acusados de terem roubado bebês filhos de desaparecidas que os generais assassinaram.
Os jornais argentinos destacam dois detalhes: Maria Servini, que se dedica há muito tempo a enquadrar criminosos da ditadura, tem 88 anos. É uma magistrada declaradamente antifascista e foi peronista.
Pois ela é quem vai cuidar agora das ações contra a quadrilha do golpe da criptomoeda de Javier Milei, para azar do farsante que virou gângster. Todas as ações na área federal passarão por María Servini, escolhida por sorteio.

O caso poderia ter caído na mão de um juiz da direita, na aparelhada Justiça argentina, e ser cuidado por um desses magistrados que participam de visitas e banquetes com gente poderosa, como acontece na Argentina e no Brasil.
Durante o governo de Mauricio Macri, pelo menos dois juízes foram flagrados frequentando a residência de Olivos. Ambos lidavam com processos contra o sujeito que se atirou da direita para os braços da extrema direita.
María Servini pode ajudar a enterrar Milei, mesmo que o caso leve anos na Justiça. Ela é quem vai dizer se ele cometeu os crimes pelos quais vem sendo acusado: associação criminosa, fraude e violação dos deveres de servidor público.
(Não consegui, em nenhuma reportagem dos jornais argentinos, nada que explique como uma magistrada de 88 anos continua em atividade e se o país tem limite de idade para juízes.)
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